Martini-Porsche RSR: um pedaço da História


Automóvel que ficou em quarto em Le Mans em 1973 é cabeça de cartaz do leilão da Bonhams no Goodwood Revival.


Como já é da tradição, a Bonhams realiza no próximo Revival (de 8 a 10 de Setembro) o seu leilão de Goodwood. Este ano tendo como cabeça de cartaz uma raridade: o Martini-Porsche 911 Carrera RSR que terminou em quarto lugar as 24 Horas de Le Mans de 1973.

Apenas batido pelos “verdadeiros” Protótipos – os dois Matra MS 670B e o Ferrari 312PB –, embora o Porsche também fosse regulamentarmente considerado como tal, o RSR feito pela fábrica, pintado com as cores da Martini e conduzido por Herbert Müller e Gijs van Lennep, era uma de oito unidades fabricadas pela Porsche e que, face ao seu êxito, veio depois a ter muitas “réplicas” feitas um pouco por todo o mundo.

Os dois primeiros RSR fabricados pela Porsche foram enviados para os Estados Unidos, vindo a ser inscritos, como Protótipos, em Daytona.

Com os seus motores de 3 litros, debitando cerca de 300 cavalos, um deles, inscrito pela equipa Brumos, tendo como pilotos Peter Gregg e Hurley Haywood, venceu as 24 Horas de Daytona.

Nunca tendo sido conseguida a almejada homologação em GT, a Porsche manteve a aposta no RSR, promovendo vários desenvolvimentos, como a incorporação de travões de disco do tipo Porsche 917 e a adição de um spoiler aerodinâmico traseiro de largura total.

Foi assim que nasceu o “R7” – o exemplar que agora vai a leilão –, aquele que foi levado para Le Mans, onde, como dissemos, terminou no quarto lugar da Geral.

Hoje, o "R7" é um dos mais bem preservados Porsche da década de 70 e provavelmente um de apenas três veículos sobreviventes do grupo original de oito.

Participando nessa época em mais duas corridas, após o final da temporada o "R7" foi vendido ao mexicano Hector Rebaque, que o veio a utilizar em corridas nacionais no seu país.

Depois foi vendido ao coleccionador italiano Massimo Baliva, que o guardou (literalmente) de tal modo que durante muito tempo se pensou que também tinha sido destruído.

Como acontece muitas vezes, foi construída uma réplica “obrigando” Massimo Baliva a aparecer a público com o seu, o verdadeiro.

A questão acabou em tribunal, sendo a acção julgada improcedente e o processo encerrado, sendo a réplica reconhecida apenas como tal.

Baliva, entretanto, com o desgosto e a idade vendeu a sua colecção, incluindo o RSR agora à venda, cuja autenticidade está amplamente documentada, confirmada pelo lendário engenheiro da Porsche Norbert Singer (chefe da equipa Martini-Porsche em 1973), cujo exame forense detalhado revelou que era na verdade o  "R7”, o RSR original de 1973.

Um tal raridade não pode ter um custo baixo. Tem um valor estimado entre 3.750.000 e 5.750.000 libras, ou seja, entre 4,3 e 6,6 milhões de euros.

Foto: Bonhams 

Martini-Porsche RSR: um pedaço da História Martini-Porsche RSR: um pedaço da História Reviewed by Auto Vintage on 29.8.23 Rating: 5

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