Stellantis celebra em Milão os 60 anos da Autodelta

Exemplar do Museo Storico do Alfa Romeo Giulia TZ em destaque na AutoClassica.

A Stellantis decidiu aproveitar a edição deste ano da Milão AutoClassica para cebrar os 60 anos de uma das estruturas mais vitoriosas do Desporto Automóvel, a Autodelta. Para assinalar a efeméride está em exposição um dos Alfa Romeo Giulia TZ, a primeira arma da Autodelta.

Depois da retirada oficial da Alfa Romeo das competições em 1951, a Autodelta (originalmente, segundo a escritura de constituição, Auto Delta) surgiu como uma porta para voltar às pistas, depois de falhadas negociações com a Zagato e a Abarth.

Criada com algum secretismo, em 1963, a Autodelta, liderada por Carlo Chiti e Ludovico Chizzola, começou por ter instalações distantes de Arese, nos arredores de Udine, onde viria a ser desenvolvido um novo automóvel, capaz de obter resultados em competição.

Assim nasceu o Alfa Romeo Giulia TZ, que viria a ficar na história como um dos modelos de maior sucesso na história desportiva da Alfa Romeo.

O Giulia TZ, equipado com um quadro tubular (daí a origem do nome TZ, correspondente a ”Tubolare Zagato"), o motor do Giulia, o quatro cilindros de  em alumínio de 1.570cc, de dupla árvore de cames, e uma carroçaria desenhada por Zagato, torna-se imediatamente um protagonista.

Estreado em competição em Monza, na Coppa FISA, em Outubro de 1963, o TZ logo disse ao que vinha: com os quatro carros inscritos, terminou com a conquista dos quatro primeiros lugares.

Nos meses seguintes, o Alfa Romeo Giulia TZ, de que foram construídas 112 unidades (o que permitiu a sua homologação em Gran Turismo) triunfou em competições como a Coupe des Alps e o Tour de Corse, venceu a classe nas 24 Horas de Le Mans, na Targa Florio e no Tour Auto, bem como inúmeras outras competições.

Em 1965, quando a Autodelta já se tinha transferido para Settimo Milanese, surgiu o substituto TZ2 – mostrado pela primeira vez no Salão de Turin de 1964 –, considerado um dos mais belos carros de corrida já fabricados, que evoluiu os conceitos expressos no anterior Giulia TZ: o desempenho aerodinâmico aumentou consideravelmente, assim como a sofisticação mecânica.

As vitória continuaram, mas após 12 unidades construídas a evolução dos TZ parou, uma vez que a Autodelta se centrou no desenvolvimento de outro Alfa mítico: o GTA.

Absorvida pela Alfa Romeo em 1966, a Autodelta, como departamento de competição da marca, continuando a ser liderada por Chiti, duraria até 1986 (ano em foi substituída pela Alfa Corse), tendo chegado ao Mundial de Sport-Protótipos e ao Mundial de Fórmula 1.

Fotos: Stellantis Heritage