Quando a Porsche pensou em mudar o seu emblema

No início dos anos 60 foram desenvolvidos estudos para a criação de logo "mais moderno".

Muitas vezes os museus revelam-nos factos que no tempo em que ocorreram quase ninguém teve conhecimento. Soube-se agora que a Porsche, no início dos anos 60 do século passado, esteve para mudar de símbolo. Os esboços (na imagem), que estão guardados nos arquivos da marca, foram agora revelados.

É conhecida da maioria dos que nos leem a história do emblema da Porsche.

Em traços gerais resume-se ao facto da marca ter começado, em 1948, sem qualquer emblema – os primeiros 356 apenas se apresentam com a marca PORSCHE – e que foi, quatro anos mais tarde, o importador para o mercado norte-americano, Max Hoffman, quem pediu a Ferry Porsche que fosse criado um emblema com o qual os clientes se identificassem.

Depois e durante muito tempo correu a lenda de que Ferry Porsche desenhou num guardanapo de papel o escudo que perdura até hoje.

História que foi desmentida oficialmente, há três anos, quando a marca veio reconhecer que foi o designer Franz Xaver Reimpiess (a quem também é atribuído o logo de 1936 da Volkswagen) quem criou o escudo que reune o brasão do estado de Baden-Württemberg, o escudo de Estugarda e o nome Porsche.

Registado no Gabinete de Patentes da Alemanha, em 1952, surgindo, no final desse mesmo ano, no centro do volante dos 356. Só mais tarde chegou à frente dos modelos da marca, fazendo a estreia nessa posição, em Novembro de 1954, na pega do capot de um 356 Speedster.

Cinco anos mais tarde chegou ao centro dos tampões das rodas, mas por essa altura começaram a surgir as críticas.

Segundo o que agora foi revelado pela marca, no início dos anos 60 as chefia do Departamento de Vendas – talvez influenciados pela actualização que então fizeram marcas como a Mercedes-Benz e a Volkswagen – dirigiram um pedido a Hermann Lapper, chefe do Departamento de Publicidade, para que fosse mudado o emblema da marca.

A dado momento argumentam: “As diferentes cores e muitos detalhes do nosso emblema, como um todo, não representam um efeito visual compacto e coerente no meio do tráfego rodoviário”.

Ao que parece, sem grande convicção, Lapper e a sua equipa desenvolveram vários logos (que são apresentados na imagem que precede estas linhas), que deveriam ter sido estreados no novo modelo que a marca então preparava, nada menos do que o 901, que hoje conhecemos como 911.

Nos Arquivos da Porsche – para onde, pela mão do secretário Ghislain Kaes foram enviados os esboços e a troca de correspondência respectiva – não consta quem travou a “revolução”.

Certo é que, após cinco alterações de detalhe, o escudo da Porsche sobreviveu aos impulsos comerciais imediatos e é hoje inconfundível.