RM/Sotheby’s estima que automóvel possa chegar aos 14 milhões de dólares.
É uma das 16 unidades do Jaguar XKSS fabricadas em 1957. E dizem ser a mais bem documentada. Chassis, motor e caixa são os originais e, com tantos predicados, não admira que a RM/Sotheby’s, no leilão de Agosto, em Monterey, espere que ele venha a valer 14 milhões de dólares.
A Jaguar conseguiu em 1957 o seu terceiro triunfo consecutivo em Le Mans e, por isso, considerou que não valia a pena voltar a competir. Só que na fábrica havia peças para construir muitas mais unidades do D-Type. Para aproveitá-las nasceu o XKSS, ao tempo o mais fantástico automóvel de estrada.
Com performances como 0 aos 100km/h em 5 segundos e uma velocidade de ponta de 270km/h, num automóvel de estrada, será o pai (ou o avô, atendendo à idade) dos actauis supercarros.
Inicialmente, foi programado que seria construídas 25 unidades do XKSS. Todavia, o tenebroso incêndio da fábrica de Browns Lane consumiu nove. Acabaram, portanto, por ter sido fabricados 16 (naturalmente, os Continuation e as réplicas não contam para estas contas).
Este XKSS, com o número de série 707 – fabricado a partir do que deveria ter sido o D-Type XKD 564 –, é britânico na origem, mas tem uma vida quase integralmente vivida nos Estados Unidos.
Encomendado (e pago) por Lou Brero, que habitualmente corria com modelos da Ferrari, não chegou a ser-lhe entregue, uma vez que o piloto faleceu, entretanto, numa corrida.
Apesar disso, o Jaguar seguiu para s Estados Unidos, onde teve como primeiro proprietário Sammy Weiss, dono da Oxford Motors, em Sacramento, Califórnia.
Vendido em 1960 a Sidney Colberg, permaneceu na colecção deste último até 1975, ano em que foi comprado por Lord Anthony Bamford, dono da conhecida marca de máquinas JCB.
A sequência de proprietários segue com a venda a Geoffrey March, que o restaurou e o vendeu a Campbell McLaren.
Foi McLaren quem mandou pintar o XKSS 707 no azul metálico que ainda hoje apresenta (também foi este proprietário que lhe mudou a matrícula para “JAG 1”, que se mantém até hoje) e que é o ponto em que o XKSS 707 mais difere da origem, uma vez que saiu da fábrica pintado na cor creme, com estofos em couro vermelho, que se mantêm.
Importante na sequência de proprietários é o titular seguinte, Allen Lloyd, que após o ter comprado descobriu que carro não tinha o motor original.
Localizando o motor original, mandou-o montar no XKSS 707, ficando com o automóvel durante 19 anos.
Como se vê, uma história totalmente conhecida e documentada, facto que promete fazer valer mais na hora da venda.
Resta saber se alguém estará disposto a pagar seu valor. É que a única vez que um XKSS foi a leilão – em Março de 2017, com valores estimados idênticos aos de agora – ninguém o comprou…
Foto: RM/Sotheby’s
No comments: