A marca criada pelos irmãos de Bolonha depois de se verem livres da primeira.
Hoje foi dia de festejos em Bassano del Grappa. Por iniciativa de várias entidades, tiveram início as comemorações dos 75 anos de uma marca hoje desaparecida, a Osca. Ou melhor, como se designava desde a sua fundação: O.S.C.A. – Fratelli Maserati. A “outra” Maserati, hoje tão esquecida.
Já iremos à história da Officine Specializzate Costruzione Automobili, cujo acrónimo deu origem a O.S.C.A., mas antes recuemos à Maserati propriamente dita, criada em 1914 com a denominação de Officine Alfieri Maserati, o nome próprio do mais velho dos irmãos bolonheses (Carlo, ainda mais velho, tinha falecido antes disso).
Tendo Alfieri falecido em 1932, Bindo, Ernesto e Ettore acabaram, cinco anos mais tarde, por vender a Maserati a Adolfo Orsi, que transferiu a empresa de Bolonha para Modena.
Como parte do contrato de venda, os três irmãos Maserati obrigavam-se a continuar a trabalhar para a marca por um período de dez anos e, mal essa limitação terminou, vendo-se livres, regressaram a Bolonha, para criar uma “nova” Maserati.
Por escritura datada de 1 de Dezembro de 1947, Bindo e Ettore e Ernesto – este último como engenheiro-chefe e os primeiros como directores de operações – criaram a O.S.C.A. – Fratelli Maserati, que tinha instalações em San Lazzaro di Savena, arredores de Bolonha, no mesmo edifício onde, antes da mudança para Modena, funcionara a Maserati.
O propósito inicial era desenvolver automóveis para competir na, muito disputada em Itália, classe de menos de 1.100cc.
Menos de um ano depois aparecia o MT4 (que “esconde” a denominação Maserati Tipo 4), criado em torno de um motor de quatro cilindros, de 1.092cc, que debitava 72 cavalos e que foi montado numa barchetta de dois lugares.
A estreia em competição deu-se em 1948, no Circuito de Pescara, seguindo-se o Grande Prémio de Nápoles do mesmo ano.
Os resultados foram animadores e os irmãos Maserati encetaram o desenvolvimento dos seus motores (cada vez maiores e mais potentes) e modelos.
A aposta na competição internacional – 1000 Miglia, 24 Horas de Le Mans, etc. – passou a ser uma constante, conseguindo a Osca o seu maior triunfo em 1954, ano em que Stirling Moss e Bill Lloyd levaram um MT4 1450 ao triunfo nas 12 Horas de Sebring.
Sem perder o carácter desportivo, os Osca não se limitaram às barchetas, surgindo as primeiras berlinettas com carroçarias desenvolvidas por Frua e por Vignale e, mais tarde, também pela Pininfarina e pela Zagato.
A competição, porém, nunca deixou de estar no horizonte da Osca, que chegou inclusive a desenvolver e participar em Grandes Prémios de Fórmula Um, com carro e motor próprios nos anos 50 e apenas como fornecedor de motores no final dos anos 50 e início dos 60.
Apostando na montagem dos seus motores de 1.491cc no Fiat 1200 Spyder, desta versão vieram a ser fabricadas cerca de 1.200 unidades, construídas entre 1959 e 1963, ano em que os irmãos Maserati voltaram a repetir a história: venderam a sua empresa (neste caso ao conde Domenico Agusta, proprietário da MV Agusta).
Tal como acontecera com Orsi e a Maserati, continuaram a trabalhar para a Osca, até que esta foi encerrada, em 1967.
Foto: Gooding & Company
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