Miguel Oliveira (1938-2022)

Partiu o criador da Diabolique, uma das figuras maiores do Automobilismo nacional.

Faleceu hoje o Dr. Miguel Oliveira, criador da Diabolique Motorsport e uma das figuras maiores do Automobilismo nacional. Piloto, navegador, “patrão” da (então) mais competitiva equipa portuguesa de Ralis, promotor de iniciativas pioneiras como o “Onde Está o Ás”, Miguel Oliveira era, graças ao seu trato, um “gentleman” no mundo do Automobilismo. Ao ponto de ser difícil escrever o seu nome sem o fazer preceder do título académico.

Fernando Miguel da Graça Oliveira nasceu no Porto, a 2 de Dezembro de 1938. Desde cedo começou a dar mostras da sua paixão pelo Desporto Automóvel. Disso mesmo deve ter dado conta ao seu amigo de juventude Fernando Batista, que o viu, num Mini Cooper, participar no primeiro Rali TAP, de 1967.

Passaria mais de uma década até que Miguel Oliveira, no Rali de Portugal de 1978, tendo como piloto José Adelino Gonçalves, reapareceu na competição, já não como piloto mas como navegador, com um Porsche 911 SC.

Após uma nova participação, no ano seguinte, integrado no Team Lopes Correia, Miguel Oliveira decidiu criar a sua própria equipa.

Deu-lhe o nome de “Diabolique” (que haveria de vir a ser um perfume, que ao tempo ainda não existia) e o Porsche foi, em 1980, o primeiro a apresentar-se com as cores que para sempre identificariam a equipa: branco, vermelho e dourado.

Com uma estrutura própria – da logística à mecânica –, tendo já o Ford Escort RS como máquina, atraindo pilotos como Rafael Cid, Rui Souto, Mário Silva e, principalmente, Joaquim Santos, ao lado do qual Miguel Oliveira conquistou 34 vitórias.

As máquinas passaram a ser exclusivamente Ford. Primeiro os Escort, depois o RS 200 (1986), seguindo-se o Sierra Cosworth (de 1987 a 1990) e, finalmente, Sierra Cosworth 4x4 (1990), cuja falta de competitividade ditou o fim da equipa.

Ao fim de dez anos, a Diabolique terminou com 39 vitórias e três títulos no Campeonato Nacional de Ralis (1982, 1983 e 1984), tendo, ainda antes, Miguel Oliveira ajudado, no Rali do Algarve, o espanhol António Zanini a conquistar o título europeu de 1980.

A paixão de Miguel Oliveira pelo Automobilismo não se esgotou, entretanto, na Diabolique, tendo estado na origem de iniciativas para captar novos talentos como o referido “Onde Está o Ás” ou o regresso da Fórmula Ford.

A sua ligação ao Automobilismo prosseguiu, enquanto a saúde lhe permitiu, em Ralis de Regularidade – ao lado do seu filho Miguel –, onde continuou a ser competente e competitivo.

O funeral realizar-se-á amanhã, quarta-feira, às 15:00, na Capela Mortuária do Tanatório de Paranhos, no Porto.

À família enlutada apresentamos as nossas sentidas condolências.

Miguel Oliveira (1938-2022) Miguel Oliveira (1938-2022) Reviewed by Auto Vintage on 22.2.22 Rating: 5

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