O decano dos jornalistas portugueses dedicados ao Automóvel faleceu aos 96 anos.
Passou (bem) o Natal em família, mas na manhã de ontem “faleceu tranquilamente” em sua casa, em Loures. Aos 96 anos, partiu Vasco Callixto, aquele que era o mais antigo dos jornalistas portugueses vivos que se dedicaram ao Automóvel. Eterno viajante, partiu para a mais longa das viagens.
Nascido a 12 de Janeiro de 1925, na Amadora, Vasco Callixto veio ao mundo no seio de uma família já com tradição no mundo automobilístico e do jornalismo.
O seu avô, Carlos Callixto, considerado um dos primeiros jornalistas desportivos portugueses, foi um dos fundadores do Real Automóvel Clube de Portugal (actual ACP), de que foi secretário-geral, tendo sido um dos criadores do Figueira da Foz-Lisboa, em 1902.
Voltando a Vasco Callixto, começou a colaborar com a Imprensa nos anos 40, em títulos como o Diário de Notícias e O Século, demonstrando desde cedo apetência pelo jornalismo de viagens.
A maioria das vezes na companhia da sua mulher, visitou de automóvel cerca de 70 países, dando conta aos seus leitores das suas aventuras.
A primeira das suas muitas obras dedicadas a essa temática foi publicada em 1965 – “Pelas Estradas da Europa” – já depois de ter publicado os dois volumes dedicados ao Automobilismo, sob o título “Fala a Velha Guarda”.
Mais tarde, no início da década de 70, publicou o livro “Primeiro Arranque”, a primeira resenha sobre as pioneiras provas portuguesas de Automobilismo, disputadas entre 1902 e 1940.
No total, Vasco Callixto, para além dos seus escritos jornalísticos, foi autor de cerca de meia centena de livros, o último dos quais, editado em 2020 (“A Aviação na Amadora Há 100 Anos”), dedicado a outra das suas paixões, a Aviação.
Alvo em vida de diversas homenagens, o seu mérito foi reconhecido no ano passado pelo Estado Português, quando o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o condecorou com o grau de comendador da Ordem de Mérito.
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