No dia do seu 74º aniversário, piloto foi surpreendido com o automóvel que guiou em 1981.
Na sua longa carreira, Walter Röhrl apenas guiou oficialmente para a Porsche durante um ano. Foi em 1981, ao volante de um 924 Carrera GTS Rally. Agora, passados 40 anos, a Porsche Heritage e o Porsche Museum restauraram o automóvel, em segredo, apenas o revelando, ao próprio Röhrl, no dia do 74º aniversário do antigo bi-campeão do Mundo.
Em 1981, logo após ter conquistado o título mundial pela primeira vez, Röhrl e o co-piloto Christian Geistdörfer foram contratados para disputar o Campeonato Alemão de Ralis, o que vieram a fazer, terminando em segundo, com quatro vitórias.
Em 1981, o 924 Carerra GTS era o carro mais caro que a Porsche já havia produzido até então. Apenas 50 unidades especiais para homologação em Grupo 4 (predecessor do Grupo B) foram feitas, todas pintadas em vermelho. O motor do GTS debitava 237 cavalos, enquanto uma variante Clubsport era mais poderosa (e mais rara), debitando 271cv.
Outros nove protótipos foram construídos, um dos quais (o quinto) viria a ser o carro de rali de Röhrl. Esta versão de competição começou por ter uma potência de 247cv, valor que foi crescendo com o decorrer da temporada.
Este automóvel, agora restaurado, nasceu a 12 de Dezembro de 1980 e a equipa de restauro – nas mesmas instalações onde o automóvel foi construído – esforçou-se para preservar o máximo possível a originalidade do automóvel.
O motor de dois litros turbo – uma unidade de origem Volkswagen EA831, bastante trabalhada – não tem número de série, o que quer dizer que era para ser destinado a um automóvel de testes, mas que funcionou a temporada inteira como o motor original.
O hodómetro marca apenas 10.371km e foram mantidos os vestígios do tempo que o carro passou nas “especiais” carregadas de cascalho, assim como os cintos de segurança originais, hoje com a cor desgastada pelo sol, mas ainda bordados com as iniciais "R" e "CG".
A pintura exterior, porém, é nova. Após a passagem de Röhrl e Geistdörfer pela Porsche, o 924 foi repintado de azul, para receber o patrocínio dos cigarros Gitanes. Agora a equipa de restauro decidiu trazê-lo de volta à sua pintura original, o ouro e o preto do conhaque Monnet.
A Porsche diz que os consumíveis, alguns componentes do chassis e o sistema de abastecimento de combustível foram substituídos. Reconstruíram e mantiveram componentes como as pinças dos travões (originalmente “emprestadas” de um 911 Turbo), a carcaça do intercooler e os turbos KKK 26. O Porsche Museum doou uma embraiagem de corrida original para o carro e a Pirelli conseguiu um conjunto de pneus 255/55-R15, com um padrão de piso original.
Kuno Werner, chefe da oficina do Museum, disse que a parte mais difícil do restauro foi mantê-lo em segredo de Röhrl, que tem muitos amigos na empresa. No entanto, conseguiu manter a surpresa em segredo até o 74º aniversário da lenda.
"Foi uma grande surpresa para mim”, disse Röhrl ao ver o 924."Saí do carro há 40 anos e não voltei a sentar-me nele desde então. Para mim, é uma viagem no tempo. Sinto 40 anos mais jovem”.
Foto: Porsche Newsroom
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