Ferrari 750 Monza Best of the Best 2020

 Automóvel correu (e venceu) em Portugal em 1954.

O Ferrari 750 Monza, de 1954, que venceu a última edição do Cavallino Classic, acaba de ser eleito o “Best of the Best” de 2020, de entre os principais vencedores dos grandes concursos internacionais de elegância automóvel.

O prémio criado pelos Peninsula Hotels, que anualmente compara os vencedores dos principais concursos internacionais de elegância automóvel voltou a reunir este ano candidatos de peso.

Para além do Ferrari, com carroçaria Scaglietti, que acabaria por ser declarado vencedor, a concurso estavam o Porsche 917 KH, de 1969, “Best of Show” no Hampton Court Palace, o Alfa Romeo 8C 2300 Monza Spider, com carroçaria Zagato, de 1931, vencedor no Salon Privé, e o Duesenberg Model J Town Limousine, de 1929, “Best of Show” em Amelia Island.

Um número mais reduzido de candidatos do que habitualmente, em consequência dos múltiplos cancelamentos que ocorreram em 2020.

Hoje propriedade do casal norte-americano Tom e Jill Peck, este 750 Monza tem uma história completamente conhecida e a sua consagração acaba por ser também um prémio para o empenho no restauro.

Tendo feito a sua estreia em competição, em 1954, então com um motor de dois litros, na prova de inauguração do Autódromo de Imola – acabando com o triunfo, tendo ao volante Umberto Maglioli –, voltou depois a Maranello, onde lhe foi montado um motor de três litros.

Foi com essa configuração que alinhou e venceu em Portugal, no Circuito de Monsanto, tripulado por José Froilán González, piloto oficial da Ferrari, que bateu o seu companheiro de equipa Mike Hawthorn, em carro idêntico.

Vendido depois a Alfonso de Portago, atravessou o Atlântico e correu na Nassau Speed Week e, em Novembro, na Carrera Panamericana (que é a decoração que apresenta actualmente), após o que foi vendido ao piloto norte-americano Sterling Edwards, que com ele correu em 55 e 56, antes de se retirar das pistas e o vender ao seu engenheiro Bob Whitmer.

Este último fez várias alterações ao 750 Monza, designadamente a troca do motor Ferrari por um Chevrolet V8, até que o guardou, desmontado, durante cerca de meio século.

Adquirido pelos actuais proprietários em 2016, foi alvo de um restauro que durou cerca de dois anos, envolvendo vários especialistas e até a própria Ferrari Classiche, que proporcionou todos os elementos possíveis, alguns dos quais serviram, inclusive, para fabricar peças com impressoras 3-D, que substituíram elementos que se encontravam danificados.