Um “fenómeno” português: o amor pelos Ingleses

Embaixador britânico – um dos participantes no evento do ACP-Clássicos – surpreendido com tantos Clássicos do seu país.


Beneficiando de alguma clemência num Inverno que tem sido rigoroso, a 19ª edição do Passeio dos Ingleses levou para a estrada, a Norte e a Sul, mais de 250 modelos britânicos. Um “fenómeno” que se repete anualmente, para espanto, até, dos próprios britânicos.

Participante na versão do Passeio que arrancou do Parque Eduardo VII (mais uma feliz coincidência…), o embaixador do Reino Unido em Portugal, Chris Sainty, marcou presença ao volante de um Bentley, marca patrocinadora do evento. E não calou a sua surpresa:

“Nem eu fazia ideia de que havia em Portugal tantos automóveis antigos britânicos, verdadeiramente deslumbrantes! É realmente entusiasmante. Temos uma longa tradição de amizade e parceria entre os dois países e é muito reconfortante saber que os automóveis também são parte desta ligação entre Portugal e o Reino Unido”, referiu o representante de Sua Majestade.

Na realidade, o Passeio dos Ingleses é um “fenómeno” português – afirma o ACP-Clássicos que este é o “maior evento do género na Europa Continental” –, que chega ao ponto de levar alguns entusiastas a prepararem automóveis especificamente para o evento, que, tradicionalmente, abre a temporada dos passeios de Clássicos em Portugal.

Há, até, quem adquira um Clássico – como o fizeram o jovem casal Nuno e Sofia Geada – para participar. Neste caso, compraram há 15 dias o seu primeiro clássico, um MG, a pensar na participação no Passeio dos Ingleses, em Lisboa, onde se mostraram surpreendidos pela quantidade e diversidade de automóveis que se concentraram no Parque Eduardo VII.

Quase à mesma hora, no Porto, sob as palmeiras da Avenida Dom Carlos I, no emblemático cenário da Foz do Douro, concentraram-se mais de 70 automóveis britânicos, incluindo o exemplar mais antigo do evento: um Standard 14 de 1946, uma raridade criteriosamente mantida e assistida pelo seu proprietário, José da Silva Santos, há 55 anos!

A ligação emocional a estes automóveis é um elemento comum a muitos participantes do Passeio dos Ingleses. Sérgio Lopes repetiu presença no Porto com um Vauxhall Cresta de 1957, um modelo totalmente personalizável e que pertenceu a David Francis, cônsul inglês na Invicta na década de 1950. O pai de Sérgio Lopes adquiriu e restaurou este Cresta, que o diplomata inglês tinha encomendado à Vauxhall com uma pintura especial, para realçar o famoso grifo (ave) da marca britânica.

Enfim, foram muitas as histórias que marcaram um dia marcado pelo convívio, pelo glamour dos automóveis ingleses e pela descoberta do território nacional. Pelo 19º ano, a fórmula do ACP-Clássicos foi um sucesso e promete regressar em 2024, com novos motivos de interesse, para comemorar duas décadas de história do Passeio dos Ingleses.  







Fotos: Press Motorsport 

Um “fenómeno” português: o amor pelos Ingleses Um “fenómeno” português: o amor pelos Ingleses Reviewed by Auto Vintage on 23.1.23 Rating: 5

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