O tamanho não conta na hora da elegância


Cadillac Serie 90 Convertible Hartmann e Ferrari 250 MM (ex-Phil Hill) venceram Concours d’Elegance of America.

Não está entre o restrito leque dos grandes concursos de elegância internacionais, mas tem um peso muito importante no panorama norte-americano. Depois de um ano de interregno forçado, o Concours d’Elegance of America teve lugar no fim-de-semana, consagrando como vencedores dois automóveis bem diferentes.

Elegendo sempre o “Best of Show American” e o “Best of Show Foreign”, a edição deste ano (a 42ª) do Concours d’Elegance of America atribui aqueles títulos, respectivamente, a um Cadillac Serie 90 Convertible Hartmann, de 1937, e a um Ferrari 250 MM, de 1953.

Em ambos os casos trata-se da consagração, também, de carroçadores, uma vez que o Cadillac é um modelo único, criado por Willy Hartmann, por encomenda do milionário suíço Philippe Barraud, que pretendia ter, nas suas próprias palavras, “o automóvel mais ostentador do mundo”.

O resultado foi o enorme Cadillac, com os seus quase sete metros de comprimento e a elegância possível para um modelo de tão grandes dimensões.

Mantido por Philippe Barraud até ao final dos anos 60, o Cadillac Hartmann passou depois por várias garagens europeias, até chegar aos Estados Unidos, onde foi alvo de um restauro total, em 2015, quando já se encontrava na posse do actual proprietário, o coleccionador Jim Pattersson, habitual concorrente aos grande concursos de elegância.

Bem diferente é a história do vencedor “estrangeiro”, o Ferrari 250 MM (de Mille Miglia).

Quando a Ferrari, em 1952, decidiu fabricar o 250 – dotado do célebre motor V 12, de três litros, criado por Gioacchino Colombo – também tomou a decisão que haveria duas versões: uma fechada, confiada à Pinin Farina, e uma aberta, que seria desenvolvida pelas Carroçarias Vignale.

Foi esta última versão a primeira a ser apresentada, no Salão de Paris de 1952, no ano anterior ao início da comercialização.

Um dos primeiros clientes, primeiro proprietário do automóvel agora galardoado, foi nada menos do que Phil Hill, piloto que oito anos mais tarde viria a sagrar-se campeão do mundo de Fórmula 1… conduzindo um Ferrari.

Modelo que esteve em exposição no Salão de Nova Iorque de 1953 (é o chassis # 0260 MM), foi ali comprado por Phil Hill, que quando terminou o certame o levou para a California, onde, uma semana depois, alinhou na Del Mont Trophy, em Pebble Beach, que venceu.

No seis meses seguintes Hill somou triunfos, ao ponto de passar a ser contratado para correr com automóveis de equipas profissionais.

Um dos dois exemplares da Serie 1 que a Vignale fabricou e hoje o único que mantém a carroçaria original (mais do que um Serie 2 vieram para Portugal e aqui correram), está desde o início do século nas mãos de Matthew Ivanhoe, fundador da The Cultivated Collector.

Com os seus 4,25 metros de comprimento (1,65 de largura e 1,2 de altura) o Ferrari parece minúsculo quando colocado ao lado do seu companheiro de “Best of Show”, dois metros e meio mais comprido.

Definitivamente, o tamanho não conta na hora da elegância.

O tamanho não conta na hora da elegância O tamanho não conta na hora da elegância Reviewed by Auto Vintage on 26.7.21 Rating: 5

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