Faz hoje 90 anos o G.P. da Alemanha em que o italiano, com um Alfa Romeo, bateu toda a “armada” germânica.
28 de Julho de 1935. Cerca de 300 mil espectadores estão em Nürburgring, para assistir à coroação de um modelo alemão, Mercedes-Benz ou Auto Union, como vencedor do Grande Prémio da Alemanha. No final, porém, quem triunfou foi o Alfa Romeo de Tazio Nuvolari, que nesse dia se transformou numa lenda.
Nuvolari, de quem Enzo Ferrari afirmava ter sido o melhor piloto de todos os tempos, surpreendeu tudo e todos, incluindo, em especial as (atónitas) autoridades do regime nazi, que não contavam que o italiano viesse a levar o velho Alfa Romeo P3 à vitória no “seu” G. P. da Alemanha.
Naquele dia, Nürburgring deveria ter sido o palco da glorificação da indústria automóvel alemã, mas, no final, o italiano estragou a festa.
À partida, na grelha, havia cinco Mercedes-Benz W25 – confiados a Caracciola, Fagioli, Hermann Lang, Manfred von Brauchitsch e Geyer – e quatro Auto Union Tipo B – tendo como pilotos Bernd Rosemeyer, Varzi, Hans Stuck Pai e Paul Pietsch – e tudo apontava que não fosse possível haver uma vitória não germânica.
Mas houve. E ficou para a História com o nome de “A vitória impossível”.
Num dia chuvoso, Tazio Nuvolari, ao volante de um dos velhos Alfa Romeo P3, inscrito pela Scuderia Ferrari, entrou para a última volta da prova na segunda posição, com 35 segundos de desvantagem para o Mercedes de Manfred von Brauchitsch.
O pneu traseiro esquerdo do Mercedes não aguentou os últimos quilómetros e rebentou, permitindo a Nuvolari garantir a vitória.
Na linha da meta, à espera do seu compatriota, os dirigentes nazis não queriam acreditar quando, em vez de Manfred von Brauchitsch, viram surgir Nuvolari.
Comparável a esta situação, só o que se viveu, um ano depois, nos Jogos Olímpicos de Berlim, quando o norte-americano Jesse Owens ganhou quatro medalhas de ouro…

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