T33/2 Daytona é a estrela da “Quadrifoglio Collection”, incluída no catálogo do leilão da RM/Sotheby’s.
Do vastíssimo catálogo que a RM/Sotheby’s reuniu para Monterey há, para os amantes da Alfa Romeo e não só, um leque de modelos de competição de Arese que chamam a atenção. Vêm da “Quadrifoglio Collection” e incluem algumas pérolas, uma delas com passado ligado a Portugal.
Os valores estimados para os 11 Alfa começam nos 20 mil dólares – um Giulietta Sprint Bertone, de 1961 – e terminam nos dois milhões de dólares, o valor mais alto da previsão da venda do T33/2 Daytona, de 1968.
Este último é a estrela da venda e é o “nosso” Alfa, uma vez que a sua história passou por Angola e, entre outros, pelas mãos de António Peixinho.
Tendo participado em 1968, inscrito pela oficial Autodelta, nas 24 Horas de Daytona, na Targa Florio e nos 1.000 km de Nürburgring (só para destacar as mais importantes), tendo como pilotos Lucien Bianchi, Mario Andretti, Nino Vaccarella e muitos mais, na época seguinte, comprado pelo conde Rudi van der Straten, passou a ser inscrito pelo VDS Racing Team.
No ano seguinte, 1970, António Peixinho comprou a máquina, para com ela competir em Angola. Com mais ou menos percalços, Peixinho conquistou diversas vitórias, sagrando-se com ela, aliás, campeão angolano em 1971.
Vendido ao piloto-preparador Santos Peras em 1974, já com a Independência à vista ainda venceu, com Peras, o VIII Circuito de Carmona.
A seguir à Independência, Santos Peras partiu para o Continente, deixando em Angola, mais ou menos escondido, o Alfa Romeo T33/2, de chassis 033015.
Anos mais tarde, o francês Jean Chambault, entusiasta do Automobilismo em vista de negócios a Angola, ouviu falar do Alfa e veio a Lisboa, para o comprar a Santos Peras (sendo que, posteriormente, ainda demorou alguns anos até que as autoridades angolanas dessem autorização para a exportação…).
Uma vez na Europa, em 1994, vendeu o Alfa, sem o restaurar. Adquirido por um coleccionador italiano, foi restaurado por Marcello Gambi, antigo mecânico da Autodelta.
Reapareceu em eventos reservados a Clássicos, e daí para cá já teve vários proprietários, sendo que se espera que volte a encontrar uma nova garagem no próximo dia 16 de Agosto.
O “brilho” do T33/2 Daytona quase ofusca outras pérolas da “Quadifofoglio Collection”, como o do Giulietta SZ “Coda Trona” (estimado entre 400 e 500 mil dólares) ou o Giulia TZ-1 (TZ de Tubolare Zagato), o único produzido com tecto com “doppia gobba” (avaliado entre os 700 e os 900 mil dólares).
Foto: RM/Sotheby’s

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