Primeira etapa levou mais de 400 Clássicos de Brescia até à costa do Adriático.
Todos os anos as 1000 Miglia têm um lema. Este ano a escolha recaiu na frase “Uma maneira de viver”. E é isso que representa mais uma edição da Freccia Rossa, vivida por centenas de participantes, milhares de acompanhantes e incontáveis multidões de público.
Já caiu a noite quando começaram a chegar a Cervia-Milano Maritima, na costa do Adriático, os primeiros dos 426 automóveis que hoje, nove horas antes, partiram de Brescia.
Está na estrada a 40ª edição das 1000 Miglia, na sua forma de evocação da clássica criada em 1927 (quando era disputada, em estrada aberta, à máxima velocidade possível) e hoje disputadas como prova de Regularidade.
Um fenómeno global – os concorrentes, este ano, vieram de 29 países diferentes e os enviados especiais (incluindo os da Auto Vintage) de mais de 50 –, bem resumido nas palavras de Alberto Piantoni, CEO da 1000 Miglia Srl, a empresa que detém os direitos de organizar o evento:
“O tema das 1000 Miglia de 2022 é 'Uma maneira de viver', que é a soma de muitos aspectos. A organização, os stakeholders, os parceiros, mas também a nossa história e os valores por trás das 1000 Miglia. Que são a inclusão, a audácia de pensamento e a responsabilidade para com os carros clássicos e sobretudo para com as pessoas”.
Em boa verdade, mais do que um evento desportivo (já lá chegaremos), as 1000 Miglia são um espectáculo que, até sábado, vai percorrer cerca de 2.000 quilómetros, atravessando 257 localidades, onde a população vem para a rua, com pequenas bandeirinhas, saudando a passagem das máquinas, 71 das quais participaram na prova original, corrida entre 1927 e 1957.
Para além desses, só foram admitidos à partida modelos idênticos aos que o fizeram na prova original, com os O.M. 665 Superba (vencedor de 1927) a terem direito aos primeiros números.
Depois segue-se um autêntico museu rolante, maioritariamente vindo dos quatro cantos de Itália (324 participantes, entre condutores e navegadores), mas também de outras nacionalidades, como os 133 nerlandeses, os 70 norte-americanos ou os 66 alemães. Isto para não falar nos argentinos ou japoneses, cuja presença se faz notar.
Muitos (a grande maioria) só querem participar. Outros lutam pela vitória. Assim o faz Andrea Vesco (navegado por Fabio Salvinelli), com o seu Alfa Romeo 6C 1750 SS Zagato, de 1929.
Vencedor das últimas duas edições (e, antes disso, em 2017 e 2018), Vesco chegou hoje ao final das 19 provas de regularidade já disputadas (de um total de 115) na liderança, tendo os que o perseguem (Alessandro Gamberini-Guido Ceccardi, em Fiat 514 MM, e Alberto Aliverti-Stefano Valente, em Alfa Romeo 6C 1750 SS Zagato) ainda por perto.
Amanhã há mais. A caminho de Roma…
Fotos: Rui Correia e João Paulo Martinho
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