Maserati 300S, pilotado por Fangio em 1957, procura novo dono há cinco anos (agora pela mão da Fiskens).
Como diz o povo, “não há fome que não dê em fartura”. Dias depois de ter sido anunciado que estava à venda (e não em leilão…) o Mercedes-Benz 300 SL Roadster que foi de Juan Manuel Fangio, a casa britânica Fiskens divulgou que tem para comercialização o Maserati 300S que o penta-campeão do Mundo argentino levou ao triunfo no G. P. de Portugal de 1957. Um automóvel que procura um novo dono há cinco anos.
No comunicado em que anuncia ter para venda o Maserati da Sucederia Madunina não é feita, naturalmente, qualquer referência à venda do Mercedes, mas a coincidência é, sem dúvida, relevante.
Por outro lado, a Fiskens termina o seu comunicado dizendo que o preço só será dado sob consulta. Há, porém, um termo de comparação, que permite estimar do valor de que se está a falar.
É que, como dissemos, em Agosto de 2017, o mesmo automóvel fez parte do catálogo da Bonhams para o leilão que a casa britânica levou então a cabo na California.
O preço então estimado era de sete milhões de dólares (ao câmbio actual, cerca de 6,1 milhões de euros), mas o automóvel não encontrou nenhum comprador disposto a pagar tal quantia.
Por aí já se poderá ter uma ideia do valor que está em causa.
Construído em 1956, este chassis nº 3069 (uma das 26 unidades do 300S que foram fabricadas) foi inicialmente vendido ao piloto Armando Zampiero, mas, por motivos desconhecidos, não lhe foi entregue.
Acabou por ser confiado à Sucederia Madunina, que o inscreveu no Grande Prémio de Portugal de 1957, no último ano em que a prova portuguesa, então corrida na pista de Monsanto, foi reservada a viaturas de Sport (a F. 1 chegaria no ano seguinte, tendo como palco a Boavista).
Fangio dominou totalmente a prova portuguesa e venceu, com 16 segundos de vantagem para o segundo classificado, Masten Gregory, em Ferrari 860 Monza, completando o pódio, mas já com duas voltas de atraso, o também argentino Carlos Menditeguy, com outro Maserati 300S.
Enviado posteriormente para o Brasil, ali Fangio averbou mais três triunfos, dois em Interlagos e um no Rio de Janeiro, separando-se depois o destino de piloto e máquina.
O Maserati 300S ficou (e competiu até 1972) na América Latina, onde acabou por ser encontrado por Colin Crabbe, que o adquiriu e o restaurou, no início dos anos 80 do século passado.
Depois disso já teve vários proprietários conhecidos, que o fizeram aparecer em circuitos como Nürburgring ou Spa ou em eventos como as Mille Miglia e o Tour Auto.
Foto: Fiskens
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