Máquinas que correram “Mundiais” de outros tempos foram as vedetas do fim-de-semana.
Do vasto programa do Estoril Classics, que levou para a pista mais de 300 automóveis, sem dúvida que a presença dos Fórmula Um anteriores a 1986 foi aquele que monopolizou mais atenções. Foi um fim-de-semana que serviu para reviver o passado.
Modelo históricos, que no seu tempo foram pilotados por grandes campeões, como Nigel Mansell, James Hunt ou Keke Rosberg, mostraram no Autódromo do Estoril que o tempo só os engrandece.
São máquinas que mantêm as decorações emblemáticas da época, os potentes motores com mais de 500cv e uma sonoridade invejável, que continuam a marcar e a fazer vibrar os apaixonados adeptos do desporto automóvel.
Numa grelha preenchida com modelos distintos, como o Lotus 91, Williams FW08C, McLaren M24, Surtees TS16, March 811 ou Ligier JS11/15-04, e de diferentes anos – de 1971 a 1983 –, a emoção dos Classic GP (Pré-1986) estava garantida.
Depois de na corrida sábado ter sido o McLaren M24, pilotado pelo britânico Michael Lyons, o primeiro a cruzar a linha de meta, no domingo a pulsação voltou a subir, com a decisiva corrida do fim-de-semana.
Ao sinal verde os belíssimos monolugares deram início a uma corrida espectacular. Partindo da frente, Steve Brooks impôs um andamento forte desde início, permitindo ao seu Lotus 91, um modelo que conheceu maior sucesso pelas mãos de Nigel Mansell, ganhar alguma vantagem. No segundo posto, Mark Hazell colocava um dos modelos construídos por Frank Williams, neste caso o Williams FW08C.
A atenção do público centrou-se na luta pelo terceiro lugar, com uma disputa entre o Ligier JS11/15-04, do francês Mister John of B, e o Surtees TS16, do belga Marc Devis, uma réplica do grande duelo protagonizado pelos mesmos pilotos no sábado.
Modelos de potências e características diferentes que seguiram colados durante grande parte da prova, levando ao limite as mecânicas dos seus carros e fazendo recordar as épocas em que militavam no Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Até que o azar bateu à porta do piloto belga que por problemas mecânicos foi obrigado a encostar o seu Surtees.
Com vários monolugares históricos em pista, como o Surtees TS16 que outrora foi pilotado por José Carlos Pace e Derek Bell, nos anos 70, o Matra MS120 utilizado também na década de 70, ou o Trojan T103, único exemplar existente, com o qual Tim Schenten disputou oito Grandes Prémios no “Mundial” de F.1 de 1974, reviveram-se grandes tempos da competição automóvel. No final a classificação não sofreu mais modificações onde a luta pelo terceiro lugar e sobretudo a sonoridade de cada máquina foram os maiores motivos de atração.
Um evento que deixa Diogo Ferrão, responsável da Race Ready, muito satisfeito: “Conseguir trazer fantásticos 14 F.1 ao nosso país, num ano difícil, onde as viagens internacionais ainda são complicadas, é uma vitória. Foi um enorme desafio, mas o balanço é extremamente positivo. Tivemos excelentes corridas e demos a possibilidade ao público de assistir à distância. Foi uma iniciativa de muito sucesso e que esperamos repetir. Para o ano, sem pandemia e sem limitações de publico, esperamos conseguir fazer ainda melhor”.
Fotos de Rui Correia
No comments: