Desportivo foi oferecido ao cosmonauta pelo construtor francês.
Nos 60 anos da pioneira viagem de Yuri Gagarin pelo Espaço, recordamos a paixão do cosmonauta russo pelos Automóveis. Em particular um que lhe foi oferecido por um construtor francês, o Matra-Bonnet Djet.
Lançado a bordo da Vostok 1 com a patente de tenente e regressando à Terra como major, Yuri Gagarin recebeu das autoridades soviéticas as mais altas condecorações e um GAZ Volga M21, símbolo da indústria automóvel do país.
Foi uma maneira de lhe agradecer o feito, já depois de ter desfilado por Moscovo a bordo da exclusiva limousine ZIL-111V, automóvel que por sinal foi leiloado há um ano.
Partindo depois para sucessivas viagens internacionais, desfilou a bordo de um Rolls-Royce, em Londres, mas foi em Paris que apaixonou por outro automóvel: o Matra-Bonnet Djet.
Convidado de honra do salão aeroespacial de Paris, de 1965, Gagarin não escondeu a sua admiração pelo Djet, mostrado pela Matra.
A Matra – ao tempo com nome firmado no campo aeroespacial –, tinha acabado de entrar no capital da empresa de René Bonnet, o criador, em 1962, do desportivo Djet, apontado como o primeiro desportivo de série com motor (Renault) em posição central e cuja carroçaria, em fibra, sempre foi fabricada pela… Matra.
Depois de regressar a Moscovo, Gagarin foi chamado à Embaixada de França na capital soviética, onde lhe foi comunicado que a Matra tinha matriculado em seu nome e ia enviar-lhe um Djet.
Gagarin não rejeitou a oferta – como o fez com outros construtores ocidentais – e por algumas vezes rodou com o seu Djet azul pelas avenidas de Moscovo.
Mas, não tardou muito até que as críticas tivessem aparecido. Na “crítica” Jugoslávia escreveu-se “na exposição de Paris, parece que Gagarin se interessou mais por automóveis do que por aviões e foguetões”.
Apesar de só ter aceitado o presente francês com a concordância do Governo soviético e do próprio embaixador de Moscovo em Paris, Gagarin rapidamente percebeu que não podia continuar a circular com o seu desportivo.
Acabou por o entregar ao espaço de exposição Star City, onde se manteve por décadas.
Muito depois da morte do cosmonauta – num acidente de aviação, em 1968, ironicamente o ano do fim da produção do Djet – e do fim da União Soviética, o Matra-Bonnet Djet foi vendido a um coleccionador lituano, que se supõe ser quem o detém hoje.
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