Total dos cinco catálogos atingiu 432 milhões de dólares, mas as vendas de Clássicos cairam.
O mercado de Monterey cresceu, face a 2024, 10,5%. No total, as cinco leiloeiras venderam este ano 432.800.000 dólares, o preço pago pelos 1.078 automóveis arrematados. 2025 passou a ser o segundo melhor ano da história. Mas não para os Clássicos…
Ainda sem atingir a mítica barreira dos 500 milhões de dólares – valor que se chegou a pensar ser atingível quando em 2022 Monterey movimentou 471 milhões –, as vendas nos leilões da California aumentaram, sendo que dizer isso não quer dizer que o mercado dos Clássicos tenha estado melhor.
É que, como dissemos no início da semana, os leilões de Monterey, à semelhança da tendência global, passaram a viver (e muito) também à custa da venda de super-carros actuais.
Nunca como este ano o “fenómeno” pesou tanto: 39% dos automóveis vendidos eram modelos actuais, que o mesmo é dizer que o valor total dos Clássicos vendidos foi o mais baixo (263 milhões) dos últimos cinco anos.
Com os Ferrari a continuarem a ocupar os lugares de topo – nos dez mais caros da Semana de Monterey, modernos ou antigos, há oito modelos criados em Maranello –, a tendência também se verificou quando olhamos apenas para as vendas de automóveis com 30 anos ou mais.
Clássico e não-Ferrari, no “top ten” só há uma excepção: um Mercedes-Benz 500K Sindelfingen Special Roadster, de 1935, vendido por 5.340,000 dólares.
Apesar de terem continuado a vender muitos automóveis de milhões, do mundo dos “comuns mortais” as notícias não são assim tão boas: os cinco Mercedes-Benz 190 SL que existiam em catálogo foram vendidos, em média, a menos 21% do que estavam estimados, o que contrasta com o relativo bom desempenho dos, muito mais caros, 300 SL, Gullwing (três vendidos em quatro) ou Roadster (seis vendidos em oito).
Outra tendência do mercado, segundo a análise da Hagerty, é que há cada vez menos pessoas interessadas em adquirir automóveis para restaurar.
Para ilustrar a sua teoria, a seguradora internacional aponta os exemplos de um Ferrari Dino 246 GT, de 1972, que após décadas guardado numa garagem, foi vendido por menos 26% do que o seu valor estimado. Ou, então, o caso de um Bugatti Type 57 Ventoux, de 1934, nunca restaurado, que há 16 meses foi vendido por 427 mil dólares e que agora não rendeu mais do que 224 mil. Uma quebra de 53%.
A terminar esta breve análise à tendência geral das vendas em Monterey não deixa de ser curioso referir uma tabela criada a partir do leilão da Mecum: o “top ten”… dos não vendidos.
3,2 milhões não chegaram para comprar um Porsche 718 RSK Center Seat, de 1959; 2,6 milhões também não fizeram o vendedor de um Chevrolet Corvette L88 Coupe, de 1967, abrir mão do seu automóvel; e dois milhões foram insuficientes para pagar um Ferrari 400 Superamerica, de 1963.
Foto: RM/Sotheby’s

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