Efemérides da Peugeot colocaram Lyon no mapa

Fabricante decidiu celebrar duas datas importantes no Salão Epoqu'auto.

O Salão Epoqu’auto, cuja 42ª edição decorreu até ao passado domingo em Lyon, está longe de ser dos maiores e mais importantes certames do género na Europa. No entanto, este ano, teve um brilho diferente, graças ao facto da Peugeot ter escolhido o certame para celebrar duas efemérides importantes.

Os 130 anos do primeiro automóvel movido por um motor a gasolina, o Type 3, e os 80 do citadino eléctrico VLV são duas das mais importantes efemérides da história da Peugeot, agora assinaladas pela marca no Salão Epoqu’auto.

Depois de em 1889 terem fabricado um veículo movido por um motor a vapor, o Type 1, no ano seguinte foi construído o primeiro com motor a gasolina, o Type 2.

Já o Type 3, que acaba de completar 130 anos, foi apresentado como veículo publicitário… numa prova de ciclismo.

Depois de ter acompanhado a corrida velocipédica Paris-Brest-Paris – cumprindo 2.054 quilómetros, à velocidade média de 14,7Km/h –, a Peugeot começou a receber encomendas, entregando o primeiro Type 3, a 2 de Outubro de 1891, ao senhor Pupardin, cidadão residente em Dornach.

Depois, até 1894 foram fabricados mais 63 exemplares deste quatro lugares, vis-à-vis, movido por um motor de 565cc, que debitava uma potência de 2HP.

Completamente diferente é a história do VLV, apresentado a 1 de Maio de 1941, ou seja, comemorando este ano 80 anos.

Nascido em plena Guerra, numa altura em que a gasolina se encontrava racionada, o VLV (Voiture Légère de Ville) era movido por um motor eléctrico que produzia 1 kW, o equivalente a 1,3 cv, mas já na altura contava com um avançado sistema que lhe dava um "boost" momentâneo que o levava aos 3,5 cv.

Com apenas 348 quilos de peso tinha autonomia para 80 quilómetros e chegava aos 30km/h de velocidade máxima, número que subia até aos 36km/h com o "boost" de potência accionado.

A principal missão do VLV era satisfazer as necessidades básicas de mobilidade para serviços médicos, de farmácia e de Correios, e a esse nível revelou-se muito importante.

Porém, o processo de construção do Peugeot VLV era lento e muito caro, já que a produção era constantemente interrompida por dificuldades no fornecimento de materiais. Isso levou a que a produção fosse interrompida em Fevereiro de 1945, depois de apenas 377 unidades vendidas.

Foto: Peugeot Media