O futuro antevisto há 50 anos



Do Ferrari Modulo ao Mercedes C111, vedetas do Salão de Genebra de 1970

O Salão de Genebra – este ano uma das primeiras "vítimas" do COVID-19, impedindo a abertura das suas portas – sempre foi uma montra para que a indústria automóvel apresentasse as suas últimas novidades. Por vezes, como em 1970, foi-se mais além e tentou-se antever o futuro. Exemplo disso são os Mercedes C111 e o Ferrari Modulo.
Ambos futuristas (há 50 anos…), os dois modelos assentam em conceitos diferentes e visavam propósitos também diversos. De comum, na sua concepção tinham um ponto comum: nasceram do génios de dois designers italianos.
Foi Bruno Sacco quem criou as formas do Mercedes C111, veículo criado pelo fabricante germânico para testar novas tecnologias e materiais.
Por muito pouco que seja conhecido, o C111, por exemplo, estava dotado de um motor rotativo (Wankel), normalmente apenas associado à Mazda.
Motor que debitava 257 cavalos, que proporcionavam ao C111 atingir a velocidade de ponta de 300km/h, acelerando dos 0 aos 100 em 4,8 segundos.
Mais três gerações – uma com motor diesel, outro turbo-diesel e, por fim, com um motor V8 a gasolina (4,8 litros), que estabeleceu o recorde de velocidade de ponta de 403,978Km/h – foram criadas nos nove anos seguintes, num total de 16 unidades fabricadas.
Completamente diferente é a história do Ferrari Modulo, levado para Genebra pela mão da Pininfarina.
Também um veículo funcional, como o C111, o trabalho de criação do designer Paolo Martin assentou sobre o chassis nº 27 do Ferrari 512S, então a arma da Ferrari para a categoria de Sport-Protótipos.
Reservado inicialmente como veículo dador de peças, este 512S foi depois transformado para correr em provas de CanAm, com a denominação de 612.
Só posteriormente foi entregue à Pininfarina, que colocou sobre a mecânica original o resultado do trabalho de Paolo Martin, que mais tarde viria a ser considerado como "uma marco na história do design automóvel, com profunda influência no estilo dos automóveis dos anos 70".
Apresentado em Genebra pintado em preto, pouco depois, para ser mostrado na Feira de Osaka, mudou para as cores com que se apresenta hoje: em branco, com uma risca vermelha.
Adquirido em 2014 pelo coleccionador norte-americano James Glickenhaus, foi totalmente restaurado e, inclusive, legalizado para circular em estrada.

Tem a matrícula, de Nova Iorque, "PF Modulo" e circula. Por vezes com alguns problemas, como aconteceu no Verão passado, no Mónaco, quando teve um princípio de incêndio.



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