Entre os mais de 250 automóveis históricos, há máquinas que poucas vezes se veem nas pistas nacionais.
Contando com a melhor grelha de sempre de um Grande Prémio Histórico realizado em Portugal, o Estoril Classics deste ano vai muito mais além. Há muito mais para ver. Máquinas que poucas vezes se veem nas pistas nacionais.
As grelhas do Estoril Classics percorrem todo o arco do Automobilismo clássico: Classic Endurance Racing 1 e 2, Sixties’ Endurance, The Greatest’s Trophy, 2.0L Cup, Historic Touring Challenge, Classic Touring Challenge e o Classic GP.
Apenas a título de exemplo, falemos de cinco icónicas máquinas que não fazem parte da grelha da Fórmula 1 e que vão evoluir no Estoril.
Comecemos pelo “monstro”, o Porsche 917K, de 1970, estreado nesse mesmo ano.
O “K” (de Kurzheck, cauda curta) foi a evolução decisiva do 917 original e tornou-se num dos carros mais lendários da história do automobilismo. Com a sua carroçaria de cauda curta, resolvia os problemas de instabilidade do modelo inicial e transformou-se numa máquina quase imbatível.
Foi o primeiro Porsche a conquistar a vitória absoluta nas 24 Horas de Le Mans, com Hans Herrmann e Richard Attwood ao volante, abrindo caminho para o domínio da marca no Campeonato Mundial de Marcas.
Imortalizado no cinema por Steve McQueen no filme Le Mans, o 917K tornou-se um ícone cultural que transcende o desporto motorizado. O rugido do seu motor de 12 cilindros e a sua silhueta inconfundível continuam a emocionar gerações de entusiastas e a representar o auge da era dourada dos Sport-Protótipos.
No Estoril Classics 2025 o público terá o privilégio de ver e ouvir este monstro em acção na prova Classic Endurance Racing 1, conduzido por Philippe Siffert – filho do lendário Jo Siffert – e Michel Speyer.
Nove anos mais recente é o BMW M1 Procar, concebido para a espectacular competição monomarca Procar, que reuniu pilotos de Fórmula 1, de Turismos e de Endurance numa grelha única, todos ao volante de M1 idênticos preparados para a pista.
Com o seu motor de seis cilindros em linha, preparado para debitar mais de 470 cavalos, o M1 Procar proporcionava corridas curtas, mas intensas, onde pilotos como Niki Lauda e Nelson Piquet brilharam, conquistando os títulos de 1979 e 1980, respectivamente.
A sonoridade aguda e o equilíbrio do chassis transformaram-no num carro de culto.
No Estoril Classics 2025, dois exemplares vão rugir de novo na grelha da Classic Endurance Racing 2: um conduzido por Sebastian Glaser e outro partilhado por Steven Osborne e Chris Ward.
Seguimos para a Ford, mais exactamente para o Capri Zakspeed Turbo, de 1981.
Estreado em 1978 no Campeonato DRM (o campeonato alemão de turismos da época), o Ford Capri Zakspeed Turbo é uma das criações mais radicais da história do Grupo 5. Concebido pela Zakspeed, apresenta apêndices aerodinâmicos extremos – guarda-lamas alargados, asa traseira descomunal e entradas de ar agressivas – esconde sob o capot um motor Cosworth BDA Turbo, capaz de debitar mais de 500 cavalos.
Outro verdadeiro “monstro” de pista, que se tornou um ícone da era dos “silhouette cars”.
No Estoril Classics 2025 este ícone vai rugir de novo na grelha da Classic Endurance Racing 2, pilotado por Emile Breittmayer.
Voltando agora as atenções para os italianos, começamos por destacar o Ferrari 275 GTB Competizione, de 1965, modelo que representa uma das expressões mais elegantes e puras da Ferrari no mundo das corridas de GT.
Estas versões de competição foram produzidas entre 1964 e 1966 e divididas em várias séries: as “Competizione Speciale” – construídas pela fábrica com chassis leves e carroçaria em liga leve – e os modelos Cliente Competizione, versões modificadas destinadas a equipas privadas, com carroceria mais leve, entradas de ar adicionais e tanques de combustível maiores.
Nas pistas, estes 275 mostraram grande valia, competindo em provas de Resistência, entre elas as 24 Horas de Le Mans, alcançando vitórias na classe e desempenhos consistentes.
No Estoril Classics 2025, um exemplar deste ícone estará presente na grelha da Sixties’ Endurance, pelas mãos de Andreas Rolner e Jakob Viggo Holstein, tomando parte, também, na corrida do Iberian Historic Endurance, no domingo.
Uma oportunidade única para ver ao vivo uma das criações mais puras de Maranello, cujo rugido do V12 continua a ser música para os apaixonados.
Por fim, olhamos para o Alfa Romeo Giulia TZ2, de 1965, outra jóia da competição automóvel.
Desenhado pela Zagato, assente sobre um chassis tubular ultra-leve (“TZ” = Tubolare Zagato), com peso inferior a 630 quilos, destaca-se pela rara combinação de agilidade, aerodinâmica e elegância.
Nas pistas, o TZ2 conquistou triunfos importantes na sua classe, nomeadamente nas 24 Horas de Le Mans de 1965 e nos 1000 km de Monza.
No Estoril Classics, o Alfa Romeo Giulia TZ2 competirá no The Greatest’s Trophy e será conduzido por Christian Oldendorff.
Uma oportunidade única para admirar ao vivo esta raridade, de que foram fabricadas apenas 12 unidades.
Foto: Race Ready

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