Alfa Giulietta SS português à venda no próximo domingo

Automóvel foi de Manuel Nogueira Pinto, que em 1959 correu com ele em Vila do Conde, vai ser leiloado em França.

Foi o 48º Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale a ter sido fabricado e teve como primeiro dono Manuel Nogueira Pinto. Recebeu a matrícula OP-21-55, fez uma corrida em Vila do Conde e pouco depois “desapareceu”. Vai a leilão no próximo domingo.

Não sendo a estrela do leilão dos Alfa Romeo que a Osenat promove domingo em Fontainebleau – ver notícia em https://www.auto-vintage.net/2024/04/um-leilao-de-sonho-para-amantes-da-alfa.html – o Giulietta SS é para os portugueses aquele que tem maior interesse.

Até porque durante algum tempo não se conhecia toda a história deste automóvel.

Fruto da colaboração entre a Alfa Romeo e a casa Bertone e o seu colaborador de então Franco Scaglione, inspirado nos projectos vanguardistas "BAT" e "Disco Volante", o Sprint Speciale foi lançado como protótipo em 1957, dois anos antes de entrar em produção.

A primeira série, denominada 750 SS, seria limitada a 100 unidades e a 48ª a ser fabricada veio directamente para Portugal, sendo entregue a Manuel Nogueira Pinto, que logo o inscreveu no Circuito de Vila do Conde.

Terminando a corrida na segunda posição (apenas batido por Horácio Gonçalves, em Mercedes-Benz 300 SL Gullwing), pouco depois o piloto portuense decidiu utilizar o revolucionário Alfa como moeda de troca num negócio que fez com Fritz d’Orey, o piloto brasileiro que então militava na Fórmula 1.

O Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale foi dado à troca por um Ferrari 250 GT e um camião de serviço…

Já em 1960, inscrito nas 24 Horas pela Serenissima Scuderia, Fritz d’Orey deslocou-se até Le Mans com o seu novo Alfa, com o qual fez reconhecimentos da pista e que posteriormente aparcou no hotel.

Um acidente nos treinos, porém, atirou o piloto brasileiro por oito meses para uma cama de hospital, fazendo com que o Alfa tenha “desaparecido”.

Uma vez recuperado, Fritz d’Orey – de seu nome completo Frederico José Carlos Themudo d’Orey –, de origem portuguesa e com fortes ligações a Portugal, terá vendido no nosso país o Alfa, que quando foi “reencontrado” (em 1990), quando se encontrava, segundo o comprador, “em muito mau estado”.

Foi então adquirido pelo Dr. Richard Schimmer, de Düsseldorf, que empreendeu (sem chegar ao fim) o seu restauro.

Em 2004, Gerald Bugnon – o homem que reuniu a colecção que dá origem ao leilão de domingo – adquiriu o carro inacabado e completou o restauro, incluindo a mecânica e o interior, com um custo total de mais de 90.000 francos suíços.

No domingo sobe ao palco com uma avaliação entre os 300 e os 350 mil euros.

Foto: Osenat