José Gil-João Andrade, em Ford Escort MK1, foram os mais rápidos no RallySpirit.
No total dos participantes no RallySpirit eram uma minoria, mas nem por isso viveram a prova com menos adrenalina. Bem pelo contrário. Falamos dos que alinham em competição, seja nos Históricos ou no Spirit.
Vencedora entre os Históricos, a dupla José Gil-João Andrade, num muito bem preparado Ford Escort MK1, dominou completamente a prova, tendo sido, aliás, os mais rápidos em termos absolutos, superando até Amando Costa-José Costa, em Mitsubishi Lancer Evo6, vencedores do Spirit.
Entre os Históricos, os futuros vencedores entraram logo com um ritmo alto, que no final ficou bem patenteado pela vantagem de 4m 23.6s para os segundos classificados, Rui Salgado-Luís Godinho, em
VW Golf GTi. Herculano Santos Pereira-Miguel Castro, em Opel Kadett GT/E, encerraram o pódio, já a 8m 16.7s dos vencedores.
“O carro portou-se lindamente e não tivemos qualquer tipo de problema. Foi bom, divertimo-nos. Depois, quando vimos que estávamos muito à frente nos Clássicos, tentámos lutar pela classificação geral absoluta e conseguimos. Fomos mais rápidos do que o vencedor dos Spirit”, afirmou José Gil no final da prova.
“Quanto ao carro, é um Escort de 1975, com motor BDG de 240 cavalos. Um carro muito fiável e que dá muito gozo conduzir.
Em 1980, fiz dois ralis com o pai do João (Andrade, o navegador), vencemos, e agora fiz com o filho. Gostava de dedicar esta vitória ao pai do João, ao Joca”, acrescentou José Gil.
Entre os Spirit, Armando Costa e José Costa, em Mitsubishi Lancer Evo6, também exerceram grande domínio, mesmo se Rui Madeira liderou nas duas primeiras especiais. Foi então que Costa assumiu o comando, para não mais o perder, cimentando progressivamente a vantagem até aos 52.0s finais sobre os segundos classificados, Guilherme Outeiro-Eduardo Outeiro, em BMW E30. O último degrau do pódio foi ocupado pela dupla João Pedro Peixoto-Leandro Parreira, em Renault Clio 16V, a 3m 09.7s dos mais rápidos.
Armando Costa era um piloto naturalmente satisfeito no final: “Foi difícil, porque o rali foi longo e muito desafiante, mas os objectivos foram cumpridos. O principal era a diversão e foi amplamente cumprido. Correu tudo bem, um carro cinco estrelas, um ambiente fantástico… Tudo cinco estrelas”.
No final do RallySpirit, satisfeito estava também o homem que é alma do evento, Pedro Ortigão:
“Tudo correu na perfeição. Estamos empenhados em consolidar o rali
internacionalmente e penso que, este ano, como resultado desse esforço feito ao longo destas oito edições, conseguimos a melhor lista de inscritos de todos os tempos, principalmente em termos da qualidade dos carros presentes. Portanto, o balanço é muito positivo. Aliás, quando vemos pilotos que fazem as provas de referência a nível mundial a chegarem ao fim tão satisfeitos como chegaram e a dizerem que para o ano estarão cá e que vão dizer aos amigos para também virem a Portugal, esse é o melhor feedback que um organizador pode ter. E uma motivação para pensar no futuro e continuar a evoluir”.
João Pedro Peixoto-Leandro Parreira
Fotos João Paulo Martinho
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