Facel Vega Facel II Protótipo: um estranho entre os Ferrari


Automóvel de uso pessoal do fundador da marca francesa avaliado em um milhão de euros.


O extraordinário catálogo do leilão que a RM/Sotheby’s realiza na próxima semana em Villa Erba tem 26 Ferrari à venda. Mas há outras “pérolas”, como o Facel Vega Facel II Protótipo, automóvel de uso pessoal do fundador da marca, Jean Daninos, avaliado em um milhão de euros.

Dos modelos de Maranello – para todos os gostos e poucas bolsas… – falaremos na próxima semana. Hoje detemos a nossa atenção ao belo coupé de 1959.

Trata-se do protótipo do Facel II, automóvel que foi de uso pessoal do fundador da marca, Jean Daninos, e que depois passou pelas mãos de cinco coleccionadores, até que o actual proprietário o mandou restaurar completamente, trabalho que decorreu ao longo dos últimos três anos.

Criada em 1939, como fabricante de componentes para aviões, a Forges et Ateliers de Construction d’Eure-et-Loir, ou FACEL, apenas surgiu como fabricante de automóveis em 1954, ano do aparecimento do primeiro Vega.

Antes, porém, com a fusão com a Metallon e com a colaboração da Aluminium Français já a Facel se envolvera com os automóveis, ao fabricar carroçarias para modelos da Simca, Ford, Panhard e Delahaye.

Apostando naqueles projectos em versões luxuosas de automóveis de série, naturalmente, a Facel apresentou-se como um fabricante para o segmento alto do mercado.

No Salão de Paris de 1954 foi mostrado ao público o Vega, um coupé 2+2 movido por um motor Chrysler V8 (um 4,5 litros, que era utilizado nos DeSoto, e que debitava 175 cavalos), uma vez que, ao tempo, não havia nenhum motor francês capaz de emprestar as prestações que Daninos pretendia para o seu modelo.

Desde o momento da apresentação, ficou bem patente a identidade dos Facel Vega, com um design sempre comandado por Daninos: uma grelha proeminente, laterais limpas e direitas e um grande para-brisas curvo.

Sendo, depois do fim da Talbot-Lago, Bugatti e Delahaye, o único fabricante francês de automóveis de luxo, os Vega foram saindo a um ritmo aceitável para o seu segmento. Entre 54 e 55 foram produzidas 46 unidades. Depois, quando Vega deixou de ser apenas o nome de um modelo mas passou a ser parte da marca, em sucessivas versões, foram sendo vendidas mais algumas dezenas, sendo que a marca terá terminado com 2.900 unidades fabricadas.

Criando um segundo modelo – o sedan Excellence –, o Vega evoluiu com o HK 500, para muitos o máximo da marca, modelo que foi escolhido para uso pessoal por pilotos como Stirling Moss e Maurice Trintignant.

Seria com base no que parecia vir a ser apenas mais um exemplar do HK 500 que viria a ser construído este chassis HK A099, um protótipo onde seriam experimentadas diversas soluções, diferentes do modelo anterior e também distintas do que viria a ser o Facel II de série.

Pintado em dois tons de negro, ficou concluído em 1959 e durante muito tempo esteve escondido dos olhos do público. Ao ponto de apenas ter recebido matrícula em 16 de Fevereiro de 1965 – em nome de Jean Daninos – ou seja, já depois da Facel Vega ter terminado como fabricante de automóveis, o que aconteceu em Outubro de 1964.


Foto: RM/Sotheby’s 

Facel Vega Facel II Protótipo: um estranho entre os Ferrari Facel Vega Facel II Protótipo: um estranho entre os Ferrari Reviewed by Auto Vintage on 12.5.23 Rating: 5

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