Era o único dos vencedores de grandes prémios dos anos 50 ainda vivo.
A família de Charles Anthony Standish Brooks (1932-2022), conhecido no mundo do Automobilismo apenas como Tony Brooks, anunciou ontem o falecimento, na véspera, do piloto britânico. Brooks era o único dos vencedores de grande prémios dos anos 50 que continuava vivo.
Por muitos conhecido como o piloto-dentista – já piloto, licenciou-se em 1956, no mesmo ano em que se estreou na Fórmula 1 – na realidade ele foi um dos melhores pilotos dos anos 50 e início dos 60, ficando conhecido pela suavidade com que conduzia.
Tendo disputado 38 grandes prémios, Brooks teve a sua primeira vitória numa prova “especial”: o G. P. da Grã-Bretanha de 1957, o terceiro e último grande prémio da história em que um monolugar poderia ser tripulado por dois pilotos.
Nessa prova, disputada no Circuito de Aintree, nos arredores de Liverpool, Brooks, fez equipa com Stirling Moss, ao volante de um Vanwall, terminando a corrida com quase meio minuto de avanço para o segundo classificado, Luigi Musso, em Ferrari.
Depois da estreia, como dissemos, em 1956 (disputando apenas o G.P. da Grã-Bretanha, com um BRM), Brooks correu as épocas de 1957 e de 1958 com os Vanwall, com os quais, neste último ano, conseguiu mais três vitórias.
E que vitórias. Na Bélgica, Alemanha e na Itália, ou seja, nas pistas de Spa-Francorchamps, de Nurburgring e de Monza.
O feito chamou a atenção de Enzo Ferrari, que o contratou para a época seguinte, na qual averbou mais dois triunfos, em França e na Alemanha, tendo sido segundo no Mónaco.
Acabaria por falhar a conquista do título mundial – no ano em que Jack Brabham foi campeão pela primeira vez – ao ser vítima de um acidente na partida da última prova do ano (EUA), provocado… por um dos seus companheiros de equipa (Wolfgang von Trips).
Tendo em 1959 disputado o G. P. da Grã-Bretanha com um Vanwall (como forma de contornar a ausência da Ferrari, retida em Itália devido a uma greve), Brooks regressou aos automóveis britânicos em 1960, repartindo-se pelos Cooper e Vanwall.
Terminou a carreia em 1961, com oito grandes prémios disputados nessa época ao volante de um BRM.
Entre 1958 e 1960 correu em Portugal, onde nunca foi muito feliz, sendo o seu melhor resultado o quinto posto conseguido no Circuito da Boavista, em Agosto de 1960.
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