O dia do renascimento da indústria alemã

 


Há 70 anos eram apresentados os Mercedes 220 e 300 e a BMW regressava com o 501.


Desde 1897, o grande salão automóvel alemão tinha lugar em Berlin. Assim aconteceu por décadas, até que, seis anos após o final da II Guerra Mundial, a maior mostra da indústria germânica mudou para Frankfurt. A 19 de Abril de 1951, faz hoje 70 anos, abria as suas portas o certame alemão, tendo como grandes novidades os Mercedes 220 e 300 e o BMW 501.

Foi com dois modelos completamente novos que a Mercedes-Benz fez o seu regresso em grande à primeira linha dos construtores mundiais. O 300 (W 186) e o 220 (W 187) eram o resultado de cerca de três anos de trabalho, de uma equipa técnica que começou a ser reconstruída após o final da Guerra.

Apesar de serem dois modelos novos – ao contrário do que fizeram com o 170 S, de 1949, que era uma continuidade de um modelo pré-Guerra – a própria Mercedes estava ciente de que apenas com modelos com um design completamente novo (o que não era o caso das novidades de 1951) responderia plenamente às expectativas dos clientes, o que de momento ainda não era possível fazer.

De qualquer modo, os novos modelos foram um êxito. Com uma gama alargada (saloon, cabriolet e coupé), o 220, até 1954 (ano do nascimento do sucessor “Ponton”), vendeu quase 20 mil unidades.

Modelo de topo, o 300 viria a afirmar-se como um automóvel de personalidades, nomeadamente a viatura oficial da Presidência e da Chancelaria da República Federal da Alemanha. A sua vida foi bem mais longa do que a do seu “irmão” 220, tendo sido produzido até 1967.

Como dissemos, o International Motor Show de Frankurt marcou também o regresso da BMW ao fabrico de automóveis, ultrapassada a fase em que esteve proibida de o fazer pelos Aliados.

A Leste com fábricas “perdidas” para os soviéticos – que durante vários anos fabricaram os “seus” EMW – e a Ocidente com as unidades fabris destruídas, a BMW chegou a limitar-se a produzir utensílios domésticos – panelas, frigideiras e fogões – e bicicletas, com o alumínio que havia sobrado dos anos de Guerra.

Apenas em 1948 a BMW teve autorização para voltar a produzir motos e posteriormente automóveis.

No seio da marca chegou a pensar-se em produzir um automóvel popular – chegou a ser criado um protótipo desse modelo, o 331, que teria um motor de moto de 600cc – mas a escolha final, dada a fraca capacidade de produção, foi para um automóvel de luxo.

Assim foi criado o 501, mostrado pela primeira vez faz hoje 70 anos (mas só comercializado a partir de 1952), que, curiosamente (ou não…) viria a ser o rival comercial do Mercedes 220.







Imagens: Daimler Media e Arquivo Vintage Celebration

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