Os Mustang no Monte Carlo

Uma inovação no marketing

Um Ford Mustang, com o nº 105, domina este ano o cartaz do Rallye de Monte Carlo Historique. A escolha resulta da homenagem que o Automóvel Clube do Mónaco decidiu fazer à terceira participação dos carros norte-americanos na sua prova. Ocorreu precisamente há 50 anos…

Também com o nº 105, tendo partido de Barcelona, a dupla Jean-Jacques Martin-Baptiste Martin, é a única que alinha no Monte Carlo Historique deste ano com um dos enormes automóveis, que, em boa verdade nunca terminaram a prova monegasca, mas que foram verdadeiras armas de marketing.

De facto, um dos quatro automóveis que alinharam na estreia, em 1965, inscritos pela Ford France – para além dos pilotos oficiais Bo Ljungfeldt e Henri Greder e do privado Florian Vetsch –, apresentavam uma dupla… de ciclistas.

Não eram uns ciclistas quaisquer: era Raphael Geminiani e Jacques Anquetil, o primeiro antigo "rei da montanha" do Tour e ao tempo já director desportivo e o segundo "apenas" o mais popular desportista francês nos anos 60 (acresce que a equipa que Anquetil representava, no ciclismo, era a Ford-Gitane).

Na segunda participação, em 1966, os Mustang voltaram, novamente com Henri Greder ao volante do carro nº 184 e Henri Chemin, o director da Ford-France, e criador da inovadora estratégia de marketing, a ser acompanhado pelo actor Jean-Louis Trintignant, também no auge da respectiva carreira.

E, por fim chegamos a 1967, o ano que o cartaz de 2017 evoca: apenas um Mustang inscrito, com Chemin a partilhar o carro com a grande vedeta francesa de então, o cantor Johnny Hallyday.

No final, novo abandono. Mas notícias sobre o Mustang em todo o lado. O marketing tinha funcionado.

Em 1968, ainda se registaria uma quarta participação (e novo abandono), dessa feita com Henri Chemin ao volante e um sobrinho do presidente da República (Alain de Gaulle) a navegar, mas já sem o mediatismo das presenças anteriores.