Vencedor em Portugal à venda no leilão de Milão

Lancia Delta HF Integrale 8V que Biasion levou ao triunfo em 1989 avaliado em meio milhão de euros.

Com a edição de 2025 do Rally de Portugal a ir para a estrada, aqui a nossa atenção vai para o vencedor no ano de 1989. É que o Lancia Delta HF Integrale 8V de Grupo A, que Miki Biasion levou à vitória nesse ano, vai a leilão, em Milão, no próximo dia 22.

Os de melhor memória certamente ainda se lembrarão da Colecção Campion (https://www.auto-vintage.net/2020/01/a-coleccao-de-sonho-de-qualquer-fa-da.html), constituída por seis modelos da Lancia decorados com as cores da Martini.

Dessa colecção fazia parte um Delta HF Integrale 8V Grupo A, de 1988, mas que o proprietário optou por decorar como sendo o automóvel que Biasion levou à vitória em Portugal em 1989.

Pois bem, o automóvel que vai a leilão no próximo dia 22 em Milão, pela mão da RM/Sotheby’s, não é uma “réplica”: é o verdadeiro vencedor em Portugal (e, meses mais tarde, também na Argentina).

Adquirido pelo actual proprietário no ano 2000 e posteriormente restaurado por um antigo mecânico da Abarth, o chassis 458689, que tinha como a matrícula original TO74784L, esteve há uns tempos à venda na casa Ruote da Sogno, em Reggio Emilia, por uma valor que não era divulgado, sendo que agora é estimado pela RM/Sotheby’s entre 485 e 550 mil euros.

Estreado em Portugal, com Miki Biasion navegado por Tiziano Siviero – é com essa decoração que se apresenta –, chegou ao final da prova, no dia 4 de Março de 1989 na primeira posição, com mais de 10 minutos de vantagem para Markku Alen-Ilkka Kivimaki.

A esta última dupla foi confiado, pouco mais de um mês depois, o 458689, para disputar o Costa Esmeralda, pontuável para o “Europeu”.

A terceira prova do “nosso” carro teve lugar bem longe: foi o Rally da Argentina, de 1 a 5 de Agosto.

O Delta foi então confiado à dupla Mikael Ericsson-Claes Billstam, que deram ao Delta a segunda vitória numa prova do “Mundial”.

Terminaria a sua carreira como carro de fábrica com mais uma prova, novamente tendo Markku Alen como piloto. Foi na Austrália e subiu ao pódio, com um terceiro lugar.

Sem provas registadas em 1990, no ano seguinte reapareceu pela mão da Scuderia Chicco d'Oro e depois inscrito pela Astra Racing.

Retirado de competição em1992, oito anos mais tarde, como dissemos, foi adquirido pelo actual proprietário, que agora se quer desfazer deste verdadeiro pedaço de História.

Foto: RM/Sotheby’s