Matra Bagheera apareceu há 50 anos

Modelo revolucionário de três lugares mostrado à Imprensa a 14 de Abril de 1973.


Jornalistas dos principais títulos da Imprensa internacional foram levados, a 14 de Abril de 1973, até às margens do Lago Annecy. À sua espera estava um automóvel revolucionário, que faz hoje 50 anos: o Matra Bagheera.

O momento da apresentação foi o culminar de um processo iniciado quatro anos antes, sob a direcção Philipe Guédon, a partir do design original de Jean Toprieux (mais tarde complementado pelo trabalho de de Jacques Nochet).

O coupé então mostrado ao mundo, que na prancha de desenho começou por ser um 2+2, surpreendeu tudo e todos quando se mostrou com… três lugares.

Era, mais uma vez, a marca inovadora da Matra.

Com créditos firmados no campo da indústria de armamentos e da aeronáutica – Matra é um acrónimo de Mécanique Avion TRAction – , a Matra entrara no mundo automóvel apenas em 1964, ano em que comprou a René Bonnet a sua pequena empresa de modelos desportivos, que fabricava os Djet.

Vendidos como Bonnet Djet entre 1962 e 1964, seriam os primeiros Matra, equipados com um motor quatro cilindros Renault de 1.108cc, comercializados como Matra Djet.

Mudando de fornecedor de motores – apostando num V4, de 1.699cc, fabricado pela Ford alemã – no Salão de Genebra de 1965 a Matra apresentou o seu novo modelo, o 530, um coupé 2+2  que apenas seria comercializado a partir de 1967.

Com um envolvimento crescente no desporto automóvel, recheado de êxitos – da Fórmula 3 à Fórmula 1, passando pelos Sport-Protótipos, que curiosamente teriam a sua coroação máxima, em Le Mans, a par do lançamento comercial do Bagheera – a Matra encontrou na Chrysler France, detentora da marca Simca, um parceiro para mais altos voos.

A Simca seria um parceiro sem o qual o Bagheera nunca teria existido. Em alguns mercados, aliás, o Bagheera foi comercializado como Matra-Simca.

Foi a marca francesa da Chrysler quem permitiu uma rede de distribuição e comercialização e, no fabrico, o fornecimento do motor de 1.294cc, já testado no Simca 1100S e Ti.

Colocado em posição central, debitando o propulsor 82 cavalos, essa potência pareceu mais do que suficiente para mover um desportivo que no conjunto não pesava mais do que 885 quilogramas e que, apesar das suas dimensões pouco comuns (3,97 metros de comprimento, 1,73m de largura, acima do padrão da época, por causa dos três lugares, e 1,20m de altura), beneficiava, ainda, de Cx de 0,33, muito bom para a época.

Atingindo os 100km/h em cerca de 12 segundos e alcançando os 180km/h como velocidade máxima, sempre com consumos comedidos, o Bagheera – nome da pantera negra do “Mogli” de Rudyard Kipling –, era, como a Matra o desejava, um desportivo que poderia utilizado sem custos elevados.

Lançado comercialmente no dia do arranque das 24 Horas de Le Mans de 1973 – numa edição em que a Matra venceu, com Pescarolo e Larrouse aos comandos do MS 670B –, os resultados comerciais foram muito positivos, principalmente em França.

Depois de vender mais de 10.000 unidades, o Bagheera veio a receber uma nova motorização: com uma unidade de 1442cc e 90cv, surgiu o Bagheera S, que tinha prestações ligeiramente melhores.

Em 1976 nasceu o Bagheera MkII e além do S passou a estar disponível uma versão refinada, denominada Bagheera X que oferecia a possibilidade do cliente solicitar uma infinidade de acabamentos diferentes.

Em 1980, já com quase 48.000 unidades vendidas, o Bagheera veio a ser substituído pelo Murena.








Matra Bagheera apareceu há 50 anos Matra Bagheera apareceu há 50 anos Reviewed by Auto Vintage on 14.4.23 Rating: 5

No comments:

Powered by Blogger.