Le Mans: um lugar estranho para um leilão de Clássicos

Na venda da Artcurial os “barn find” tiveram procura… enquanto os Jaguar E e Porsche 911 não.

Integrado no programa do Le Mans Classic, a Artcurial promoveu um leilão que muito prometia. No final, movimentando 11,4 milhões de euros, foi possível retirar conclusões pouco comuns: os “barn find” tiveram mais procura do que os “normais” Jaguar E ou Porsche 911.

No final das cerca de cinco horas do leilão de Le Mans, a Artcurial tinha vendido 96 dos 137 automóveis em catálogo.

O mais caro, como se previa, acabou por ser o Maserati A6 GCS/52 “Fiandry Spider”, de 1954, vendido por 3.340.000 euros, sendo o único a ultrapassar a barreira do milhão.

Destaque do catálogo, a denominada Colecção Pierre Héron, conjunto de automóveis encontrados num armazém, acabou por fazer as delícias dos licitadores (em sala ou remotamente), atingindo valores elevados, como os 88.208 euros pagos por um Delahaye 148 L Cabrio, com carroçaria da Chapron, de 1939,  os 154.960 euros pagos pelo Tracta-Grégoire Coupé Sport, de 1956, ou os 357.600 euros oferta máxima pelo Delahaye 135 M Cabriolet “El Glaoui” de Figoni & Falaschi, de 1948, que ilustra estas linhas.

Em boa parte uma desilusão foi a venda de parte da colecção da Renault Classic, que era outro dos destaques desta venda.

Réplicas de exposição de modelos de Fórmula 1, um Benetton B197 saiu por €38.144 e um Williams-Renault FW15 foi vendido por €52.448. Mas a estrela da colecção, o Renault RE40 ex-Alain Prost não foi vendido, por o lance mais alto ter sido de 720 mil euros, quando o  valor mínimo era um milhão de euros.

Contrariando o que é “normal” nos leilões de Clássicos, dos cinco Jaguar E-Type em oferta (dois coupés e três descapotáveis), três não foram vendidos, assim como três dos quatro Porsche 911 dos anos 60 ficaram sem comprador.

O único dos 911 que encontrou um novo dono foi um 911 S, de 1969, arrematado por 122.960 euros. Os dois Jaguar vendidos – um Série 1 e um Série 2 - alcançaram 91.640 e 92.800 euros, respectivamente, não deixando de ser interessante que a supostamente menos popular Série 2 tenha valido mais do que o modelo de 1963.

Foto: Artcurial