Faleceu o piloto-cavalheiro, um dos melhores de sempre, que nunca foi campeão do Mundo.
Faleceu ontem, na sua casa de Londres, após prolongada doença, Sir Stirling Moss, um dos melhores pilotos de todos os tempos, por quatro vezes vice-campeão do Mundo de Fórmula 1, sem nunca ter conseguido o título máximo. Faleceu um grande piloto, mas também um homem extraordinário, que quem o conheceu reconhecia com um autêntico cavalheiro.
Nascido a 17 de Setembro de 1929, em Londres, filho de um dentista e piloto não profissional, Alfred Moss, que correu as 500 Milhas de Indianapolis.
Moss (de seu nome de baptismo Stirling Craufurd Moss) começou a correr em 1948, como o BMW 328 do seu pai, tornando-se logo de seguida um dos primeiros clientes da Cooper.
Dando rapidamente nas vistas, em 1951 chegou à Fórmula 1, numa altura em que ainda se dividia entre a Velocidade e os Ralis (onde se viria a destacar a sua irmã mais nova, Pat Moss).
Tendo vindo a disputar 66 grandes prémios, o seu primeiro triunfo (de um total de 16 vitórias) seria no "seu" G. P. da Grã-Bretanha de 1955.
No "Mundial", terminou essa época na segunda posição, tal como viria a acontecer nos três anos seguintes.
O que se passou em 1958, precisamente em Portugal, no Circuito da Boavista (onde hoje tem o seu nome gravado junto ao Castelo do Queijo), ilustraria para sempre a sua personalidade: saiu em defesa de Mike Hawthorn, com quem disputava o título e o facto de ter evitado a desclassificação do seu adversário valeu a este a conquista do título… com um ponto de vantagem para Moss.
Somando êxitos em outras disciplinas – foi, por exemplo o primeiro não-americano a ganhar as 12 Horas de Sebring, em 1954, e em 1955 ganhou as Mille Miglia, com um tempo recorde – continuou na Fórmula 1 até 1961.
Ferido com muita gravidade num acidente em Goodwood, em 1962, ainda tentou regressar à ribalta, mas a sua brilhante carreira tinha terminado, com 497 corridas, 194 das quais acabou em primeiro lugar.
Feito Cavaleiro pela Rainha Isabel II no ano de 2000, todos os anos marcava presença no Goodwood Revival, onde continuava a ser uma estrela, que todos queriam conhecer.
Muitas vezes com o seu admirador Jackie Stewart ao seu lado – ele que hoje disse ser Moss "o mais carismático piloto de todos os tempos –, tinha sempre um sorriso para todo e qualquer admirador.
Essa mesma faceta foi possível constatar no Circuito da Boavista, onde participou no Grande Prémio Histórico de 2009. Como dizia hoje Rui Rio, que nesse ano o trouxe até ao Porto, morreu “um grande desportista e um grande exemplo de ‘fair-play’”.
Sir Stirling Moss (1929-2020)
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