Eddie Jordan (1948-2025)


Doença venceu o singular antigo patrão da equipa de Fórmula 1 com o seu nome.


Morreu Eddie Jordan. partiu na sua casa da África do Sul, onde um agressivo cancro da próstata acabou por vencer a batalha que Eddie anunciou há cerca de três meses. Partiu uma figura única, que concretizou o sonho de criar a sua equipa de Fórmula 1, abrindo as portas a muitos talentos.

Nascido em Dublin, na Irlanda, em 1948, Eddie Jordan começou a trabalhar como bancário, ao mesmo tempo que, em 1971, disputava o Campeonato Irlandês de Karting.

Sagrou-se campeão e deu o salto para a Formula Ford. Correu, também, na F. 3, na Atlantic (foi campeão irlandês), na F. 2 e até nas 24 Horas de Le Mans (na edição de 1981, ao volante de um BMW M1). Chegou, inclusive, a fazer um teste de F. 1, para a… McLaren.

Mas, cedo Jordan entendeu que o seu futuro não estava na condução.

Então, em 1979, criou a Eddie Jordan Racing, a equipa que fez correr Martin Brundle no Campeonato Britânico de F. 3, onde o piloto ficou em segundo, superado por um imbatível… Ayrton Senna.

Sempre atento aos novos talentos (o que também derivava da falta de fundos…) levou Johnny Herbert ao título britânico de F. 3, em 1987, e Jean Alesi ao triunfo no Campeonato de F. 3000 de 1989.

O passo lógico seguinte, dado em 1991, foi criar uma equipa de Fórmula 1, a Jordan Grand Prix.

A estreia deu-se no G.P dos Estados Unidos. Ao longo desse ano teve cinco pilotos, destacando-se um, que fez estrear na Fórmula 1, no G.P. da Bélgica: Michael Schumacher.

O grande campeão alemão foi apenas um dos muitos jovens que viriam a ser lançados por Eddie Jordan, que, entre outros, também abriu as portas do Circo a Rubens Barrichello, Eddie Irvine ou Ralf Schumacher.

A glória chegaria a 30 de Agosto de 1998, em Spa-Francorchamps, com Damon Hill a conseguir a primeira vitória da equipa, no G.P. da Bélgica.

No ano seguinte, graças principalmente a Heinz-Harald Frentzen (vencedor em França e na Itália) a Jordan terminou o “Mundial” em terceiro, apenas batida pela Ferrari e pela McLaren-Mercedes.

Por fim, no G.P. do Brasil de 2003, com Giancarlo Fisichella, conseguiu o derradeiro triunfo, que não chegou para travar as crescentes dificuldades financeiras, que levaram Eddie Jordan a vender a sua equipa a Alex Shaider – já era este o patrão, em 2005, ano em que Tiago Monteiro também entrou na F. 1 na equipa que ainda tinha o nome de Jordan –, que depois a baptizou como Midland, sendo que depois ter muitas outras denominações, chegou aos nossos dias como Aston Martin F1.

Eddie Jordan deixou de ter a sua equipa, mas nunca abandonou a Fórmula 1, mantendo-se ligado ao Circo como comentador televisivo, primeiro da BBC e depois do Chanel 4.

Sempre com um sorriso, amante de actividades tão diversas como a música – era baterista e teve as bandas V10 e a Eddie and the Robbers – ou a vela, que o levou a dar a volta ao Mundo, em 2015.

Nos último tempos, em parceria com David Coulthard, manteve o podcast Formula For Success, através do qual, ainda há poucos dias, os seus fãs ouviram, pela última vez, algumas das suas piadas. 

Eddie Jordan (1948-2025) Eddie Jordan (1948-2025) Reviewed by Auto Vintage on 20.3.25 Rating: 5

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