Evento “normal” terá lugar dentro de duas semanas.
Tendo sido um dos poucos grandes eventos de Clássicos a ter escapado ao cancelamento em 2020, o Concurso de Elegância de Amelia Island, na Florida, está de regresso daqui a duas semanas. Como sempre, o evento terá uma marca em destaque, sendo a eleita deste ano a Hispano-Suiza.
A piloto e empreendedora norte-americana Lyn St. James (que correu na Indy Car), a Shadow, construtor com história na CanAm e na Fórmula 1, e os “muscle cars dos anos 70 completam a lista das homenagens deste ano de Amelia Island.
Mas, o destaque vai para a Hispano-Suiza, com a presença de vários modelos únicos da marca fundada em Barcelona no princípio do Século XX e que, após décadas de desaparecimento, regressou em 2019.
Vindos de vários pontos do Globo, nos relvados do clube de golfe do Ritz-Carlton, será possível ver modelos tão raros como T-15 Alfonso XIII – denominação que advém do monarca espanhol, um entusiasta do Automóvel em geral e da marca em particular, que chegou a ter na garagem mais de 30 modelos da marca – e também o singular Xenia, de 1938.
Também conhecido como Dubonnet Xenia – “Dubonnet” pelo facto de ter sido feito para o piloto francês André Dubonnet e “Xenia” por esse ser o primeiro nome daquela que então era a sua mulher, falecida pouco depois –, com carroçaria de Jacques Saoutchik, o automóvel é hoje propriedade da Colecção Peter Mullin.
Esta não será, todavia, a primeira vez que o Hispano-Suiza Dubonnet Xenia pisará os “greens” de Amelia Island, já que foi ele quem conquistou o título de Best of Show na 16ª edição do Concurso de Elegância, precisamente há 20 anos.
Com design de Jean Andreu, o Xenia não é apenas um automóvel único e belo: é um marco tecnológico, nomeadamente com a sua inovadora suspensão independente às quatro rodas, patente que André Dubonnet registou em seu nome, vendendo pouco depois a fabricantes como a Alfa Romeo, General Motors, Fiat e Delahaye.
“Desaparecido” (para ser preservado) mal começou a II Guerra Mundial, o Xenia reapareceu em grande estilo, em 1946, na inauguração do Túnel de Saint Cloud, nos arredores de Paris.
Vendido nos anos 60, teve então um restauro completo, vindo a ser vendido em leilão em 1999, passando a partir daí a estar nos Estados Unidos.
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