A 18 de Abril de1934, o construtor francês surpreendeu o mundo com o seu novo modelo.
Então baptizado como “7” (ou “Sept”), a Citroën surpreendeu o mundo, a 18 de Abril de 1934, ao apresentar o seu novo modelo. No dia seguinte, o Le Figaro titulava: “Uma nova técnica automóvel. O ‘7’ Citroën, de Tratction Avant”. Há 90 anos, era uma revolução.
Desenvolvido por André Lefèbvre e Maurice Sainturat, em apenas 18 meses, o novo Citroën unia a audácia técnica e a modernidade: tracção dianteira, carroçaria monobloco, ausência de chassis, travões hidráulicos às quatro rodas…
Era tão evoluído que duas décadas depois – já que ele foi produzido até Julho de 1957 – ainda parecia contemporâneo.
Talvez o automóvel mais inovador do mundo à época, o modelo não inventou as tecnologias que o tornaram famoso, mas a sua combinação era única.
A adopção precoce dessas tecnologias pela Citroën fez com que o Traction Avant não só fosse cerca de 25% mais leve do que a maioria dos rivais da época, mas também tivesse uma aparência radicalmente diferente.
Inédito era também o design – o escolhido lhe dar forma foi o escultor italiano Flaminio Bertoni, que nunca havia trabalhado para o sector automóvel –, de um modelo lançado num contexto de crise global – após a crise da Bolsa, de 1929 – o Traction Avant foi um passo ousado de André Citroën, que não hesitou em expandir e modernizar a sua fábrica parisiense, localizada no Quai de Javel, para fabricar o seu novo veículo.
E foi na fábrica de Javel que foi revelada a novidade, facto assim relatado pelo Le Figaro do dia seguinte:
“É lançado o Citroën ‘Sept’ com tracção dianteira. É tão ‘novo’, tão ousado, tão rico em soluções originais, tão diferente de tudo o que já foi feito, que impressionou centenas de concessionários da marca a quem foi apresentado ontem. Tão original que verdadeiramente merece o epíteto de sensacional”.
O mesmo periódico acrescentaria:
“O Sr. André Citroën ousou criar do zero um carro como nenhum outro no mundo inteiro, que, para fabricá-lo, ousou aumentar ainda mais a superfície daquela que foi a maior fábrica de automóveis da Europa, que ali instalou uma ferramenta gigante e ultramoderna, especializada na produção deste tipo. E isto, na verdade, extrapolou o âmbito dos lançamentos habituais”.
Sucessivamente evoluído (na imagem o modelo de 1938), fabricado durante 23 anos, o Traction Avant chegou ao fim em Julho de1957, com uma produção total de 759.123 unidades.
Entretanto, pouco mais de um ano depois do lançamento do “Sept”, André Citroën viria a falecer, mas a sua revolução perduraria como um marco na História Automóvel.
Foto: Stellantis Media
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