Automóvel foi doado ao Museu pela bisneta do proprietário original.
A colecção de automóveis do Museu do Caramulo acaba de ser reforçada com um AC Six, de 1927. Comprado novo por Elias Frederico Bensaúde Abecassis, em 1927, manteve-se na família até aos dias de hoje, tendo agora sido doado ao Museu do Caramulo pela sua bisneta, Diana Jardim Abecassis.
Vencedor em 1926 do Rallye de Monte Carlo, com a dupla Victor Bruce-Bill Brunel, o AC Six captou o interesse de Frederico Abecassis, que importou o automóvel britânico no ano seguinte.
Em 1925, a AC tornara-se na primeira marca inglesa a inscrever um modelo no rali monegasco e, em 1926, a vitória do primeiro piloto inglês e da primeira marca britânica seriam efusivamente celebradas.
Já em 1927, Mildred Bruce, a esposa de Victor Bruce, cruzaria a meta no sexto lugar, vencendo a rampa organizada nesse ano e a Coupe des Dames.
Quando alcançou este êxitos o AC já era um automóvel amplamente testado, em particular o seu motor de dois litros, um dos blocos com maior longevidade que a indústria britânica alguma vez produziu.
Estreado em 1919, o motor foi sendo sucessivamente adoptado por modelos da AC Cars, terminando a sua carreira no compartimento do AC Ace, em 1963.
Desenvolvido durante a I Guerra Mundial, por John Weller, um dos fundadores da marca, o bloco de dois litros era bastante avançado para a sua época e, mesmo na década de 60, mantinha-se surpreendentemente actual.
O resistente motor tinha o bloco e a cambota, apoiada por cinco rolamentos, moldados em alumínio, camisas húmidas e cabeça em aço, o que lhe permitia uma fácil adaptação a diversos níveis de preparação e potência.
Com 1991cc de capacidade, duas válvulas por cilindro, operadas por uma única árvore de cames à cabeça, e alimentado por um carburador simples, o Six original debitava 40 cavalos, sendo ideal para motorizar o AC posto à venda em 1920.
O pequeno modelo, medindo apenas 2820mm de distância entre eixos e pesando uma tonelada, era assente num chassis separado em aço prensado, com reforços tubulares cruzados. Ambos os eixos eram apoiados por molas de lâmina, com a ajuda no eixo dianteiro de amortecedores de inércia. A travagem ficava a cargo de quatro tambores.
Ao nível das carroçarias, a AC Cars propunha modelos Tourer, de dois e três lugares, e Saloon, nas versões Ace, Acedes, Aceca, Magma, Aero, entre outras.
Foto: Museu do Caramulo
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