Há um novo milionário: Jaguar E por um milhão

Ferrari 166 MM/53 Spider (ex-Profirio Rubirosa) foi o mais caro no leilão da Gooding em Hampton Court.

Foi o quarto com volante à direita a ter sido fabricado e o primeiro comercializado. Agora, 62 anos depois de sair da fábrica, há um Jaguar E-Type que, pela primeira vez para um exemplar de série, foi vendido por mais de um milhão de euros.

Há dias falávamos aqui de algo que parecia impossível: um par de Jaguar E poderiam ultrapassar a barreira do milhão de euros (http://www.auto-vintage.net/2023/08/um-par-de-jaguar-e-type-que-prometem.html). Segundo a leiloeira, a Gooding & Company, apenas se vendeu um (o Roadster), embora algumas fontes, talvez reportando alguma venda directa posterior ao leilão de Hampton Court, refiram que o Coupé também mudou de mãos, embora por um valor (800 mil libras, cerca de 937 mil euros) bastante inferior ao estimado.

Regressando ao novo recordista, o chassis 850004, trata-se, como dizíamos há dias, do primeiro exemplar a ter sido comercializado, na ocasião comprado Frank “Lofty” England, o homem que nos anos 50 dirigiu desportivamente os automóveis do fabricante britânico, que nessa década somaram cinco vitórias nas 24 Horas de Le Mans.

Anunciado como tendo um preço mínimo de 900 mil libras, ultrapassou ligeiramente essa cifra, batendo o martelo nas 911.250 libras, ao câmbio de hoje, 1.067.690 euros. 

Entretanto, no mesmo leilão – que no geral até nem correu muito bem, pois apenas se venderam 20 dos 44 automóveis propostos e por preços bastante inferiores ao estimado – houve pelo menos mais duas vendas que merecem destaque.

Desde logo o Ferrari 166 MM/53 Spider, que inicialmente foi do dominicano ex-Profirio Rubirosa – piloto, diplomata, playboy, que alguns dizem ser o inspirador da figura de James Bond, criada por Ian Fleming – e que nos últimos 63 anos teve sempre o mesmo proprietário.

Com carroçaria que resulta de uma parceria entre Michelotti e Vignale,  este antigo carro de corrida, que marcou presença nas pistas entre 1954 e 1956, foi vendido por 2,53 milhões de libras, quase três milhões de euros.

Quem ultrapassou a barreira dos dois milhões de euros – 1.800.000 libras – foi o Mercedes-Benz 300 SL Roadster, de 1962, valor que o coloca entre os mais caros de sempre.

Foto: Gooding & Co.