Ante-estreia de “Ferrari” amanhã em Veneza

Filme de Michael Mann (pronto há um ano) só chega às salas de cinema no Natal.

“Ferrari”, o filme rodado no ano passado sob direcção de Michael Mann, centrando-se na vida de Enzo Ferrari no ano de 1957, só chegará às salas de cinema no próximo Natal. Antes disso – já amanhã – terá ante-estreia no Festival de Veneza.

Com Adam Driver dando corpo à figura do Commendatore (uma terceira escolha, depois de terem “falhado” as escolhas de Christian Bale e Hugh Jackman), “Ferrari” é a concretização de um sonho do realizador com cerca de 30 anos.

Em vez de uma biografia, o filme centra-se no ano de 1957, período dramático para Enzo Ferrari, então ainda não recuperado do desgosto da morte prematura do seu filho Dino (Alfredo de baptismo, tratado inicialmente pelo diminutivo Alfredino), falecido, a 30 de Junho de 1956, como consequência de uma distrofia muscular.

Para além das consequências da perda do filho no seu casamento com Laura (interpretada por Penélope Cruz), o ano de 1957 foi particularmente negativo para Ferrari.

Vendo o campeão mundial de 1956, Juan Manuel Fangio, partir para a Maserati, a Ferrari terminaria a temporada de 1957 sem qualquer triunfo na Fórmula 1.

Pior do que isso, e a par de problemas financeiros, foram várias as tragédias que tocaram à porta da Ferrari, que para 1957 contava com seis pilotos: Eugenio Castellotti, Luigi Musso, Peter Collins, Mike Hawthorn, Wolfgang von Trips e Alfonso De Portago. Todos falecidos, ao volante, até 1961.

Voltando a 1957, em Março, numa sessão de teste em Modena, morreu Eugenio Castellotti, quando o seu carro perdeu uma das rodas.

Maior tragédia ocorreria a 12 de Maio desse mesmo ano, no decorrer das Mille Miglia (nesse ano, desportivamente, totalmente dominas pela Ferrari, que fez primeiro, segundo e terceiro).

Nesse dia, perto da cidade de Guidizzolo, Alfonso De Portago perdeu o controlo do Ferrari 315 S, quando seguia a cerca de 250km/h e se deu o rebentamento de um pneu. O acidente foi inevitável, causando 12 mortos, entre os quais se contaram o piloto, o seu navegador e dez espectadores, cinco deles crianças.

Enzo Ferrari e Oscar Englebert (fabricante dos pneus) foram acusados de homicídio, num processo que viria a arrastar-se nos tribunais até 1961, e as Mille Miglia, como corrida de Velocidade, nunca mais se realizaram.

Todos estes momentos, seguindo um argumento adaptado a partir do livro de Brock Yates “Enzo Ferrari – The Man and the Machine”, fazem parte da película de duas horas e 10 minutos, que custou a fazer cerca de 110 milhões de dólares.

A estreia para o público, pelo menos nos Estados Unidos, está marcada para o próprio dia de Natal, 25 de Dezembro.

Até lá aproveite para ver o trailer, divulgado hoje.