Ferrari 275 GTB/4 – até agora o Antigo mais valioso nos leilões de Paris – vendido por menos de um terço de um Bugatti… novo.
A crescente inclusão de super-desportivos modernos em leilões que em tempos foram apenas de Clássicos tem vindo a ofuscar o valor destes últimos. O fenómeno sentiu-se na semana passada no Arizona e repete-se agora em Paris.
A venda por um preço recorde de um Bugatti Chiron Profilée, de 2022, no leilão da RM/Sotheby’s em Paris – quase dez milhões de euros –, para já não falar do Ferrari Enzo, de 2003, e do McLaren Speedtail, de 2020 (também na casa dos milhões), quase ofuscaram o valor pago pelos Clássicos que são (ou eram…) a verdadeira essência destes leilões.
Apesar de várias preciosidades dos catálogos da Cidade Luz terem ficado por vender – voltaremos a esse tema na próxima semana – os que encontram comprador foram vendidos por preços em linha com o que deles se esperava.
Por exemplo, o Mercedes-Benz 300 SL Roadster, de 1959, do catálogo da RM, foi vendido por 1,7 milhões de euros e os Ferrari F40, na fronteira entre o moderno e o clássico, renderam à volta de dois milhões de euros, na RM e na Bonhams.
Nesta última, ultrapassaram ainda a barreira do milhão o Talbot-Lago T26 Grand Sport Coupé “Chambas”, de 1948, por cinco vezes participante nas 24 Horas de Le Mans (vendido por 2.185.000 euros), um Aston Martin Ulster Two-Seater Sports, de 1934 (1.5552.500) e um Jordan-Ford 191, de 1991, ex-Schumacher, vendido por 1.495.000.
Contemporâneo do Jordan nas pistas, o Ferrari 643, do catálogo da RM/Sotheby’s rendeu mais do dobro: 3.661.250 euros. Valor que superou um dos mais significativos Clássicos vendidos em Paris, um Ferrari 275 GTB/4, de 1967 (na imagem), que se ficou pelos 3.098.750 euros.
Resta esperar pelo leilão da Artcurial, para retirar conclusões sobre o estado do mercado europeu de leilões de Clássicos. Ou modernos, dizemos nós…
Foto: RM/Sotheby’s
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