Monte Carlo Historique: vitória da perseverança

Dupla suíça Claudio Enz-Cristina Seeberger (Lancia Fulvia 1.3S) concretizaram um sonho que levou anos a construir.

A dupla suíça Claudio Enz-Cristina Seeberger, em Lancia Fulvia 1.3S, de 1970, venceu a 25ª edição do Rally Monte Carlo Historique. Na Etapa Final apenas perderam um segundo para os seus perseguidores e regressaram ao Mónaco com o seu sonho concretizado.

Foi apenas há um ano que Claudio Enz e Cristina Seeberger celebraram, com grande entusiasmo, o facto de terem chegado ao final do Historique de 2022 na 13ª posição da Geral e em terceiro entre os que cumpriram a prova em média baixa.

Imagine-se, então, o sentimento na madrugada passada, quando chegaram ao Principado em primeiro…

Sendo uma das duplas mais jovens (eventualmente, até, a mais jovem…) a vencer o Monte Carlo Historique – Claudio tem 32 anos e Cristina 28 –, pode dizer-se que a equipa helvética já é uma formação veterana.

O condutor alinhou no Rali pela sexta vez e a navegadora pela quinta. As primeiras vezes com um Autobianchi A112, agora, tal como no ano passado, com o Lancia Fulvia.

Unidos pela paixão pelos automóveis antigos, Claudio e Cristina têm na pequena localidade suíça de Zuoz uma oficina de restauro e preparação de Clássicos (a Auto Engiadina), onde em 2019 começaram a “construir” o Fulvia 1300 S agora vencedor.

Após dois anos de trabalho estrearam automóvel em prova ainda sem terem concluído toda a preparação, que no passado, quando alinharam no Monte Carlo já estava terminada.

Beneficiando, é certo, das condições climatéricas em que a prova foi disputada este ano – colocando em pé de igualdade os concorrentes da média baixa e os da alta – os vencedores chegaram cedo ao primeiro posto e, sempre sem grande margem, nunca mais largaram a posição.

Na Etapa Final, disputada na última madrugada, começaram por, na primeira das duas “especiais”, ganhar três segundos (30 pontos) aos segundos classificados, os russos Ilya Kashin-Boris Kostyrko, em Volkswagem Scirocco. Depois, na derradeira prova de regularidade, perderam quatro segundos, segurando o triunfo também por quatro segundos.

Sem conseguirem subir ou descer, os italianos Giovanni Chiesa-Tereza Chiesa, num Alfa Romeo Giulia Ti 1600 (também eles em média baixa) regressaram ao Mónaco na terceira posição da Geral, à frente do vencedor do Rally de Monte Carlo de 1988, o francês Bruno Saby, que este ano alinhou ao volante de um Ford Capri 2300 S.

Com 232 equipas a terminarem a prova, os portugueses não foram felizes em resultados: António Caldeira, a navegar o Lancia Stratos conduzido por Francesco Siccardi, chegou ao final no 78º lugar (subiram nove lugares na Etapa Final), enquanto que Carlos Tavares conduziu o pequeno Peugeot 104 ZS até à posição 168, ganhando 13 lugares na última noite.

A terminar e a título de curiosidade, registe-se que entre os 11 primeiros da Classificação Geral colocaram-se automóveis… de 11 marcas diferentes.

Foto: ACM