Um Mercedes Pagode como (quase) nunca se viu


Modelo único – encomendado pela marca à Pininfarina – vai a leilão em Monterey.


Quase a completar os seus 60 anos – foi lançado, como substituto do 190 SL, no Salão de Genebra de 1963 –, o Mercedes-Benz W113, usualmente conhecido como “Pagode”, é hoje um modelo em franca valorização. Mas nenhum vale tanto como o modelo único feito pela Pininfarina, por encomenda da própria Mercedes.

Será, a meio do mês, uma das estrelas do leilão da Gooding & Company em Monterey. Não tendo um valor estimado, a leiloeira apenas anunciou que não se aceitam licitações inferiores a um milhão de dólares.

Até agora era quase desconhecida a história deste modelo único, encomendado pela Mercedes cerca de um mês depois do lançamento do novo modelo.

Não é claro o motivo do pedido, sendo que o desenho do Pagode, criação de Paul Bracq, acabou por ser um sucesso, vendendo mais 50 mil unidades até ao final da sua carreira, em 1971.

Segundo a leiloeira, o que a Mercedes solicitou à Pininfarina foi uma versão coupé, que pretenderia vir a vencer em paralelo com o descapotável Pagode, que ficou conhecido por esse nome pela forma do seu amovível hard-top.

Não menos surpreendente é a figura a quem foi entregue, no seio da Pininfarina, a tarefa de criar o novo design: o, então jovem, Tom Tjaarda, que já tinha criado para a Ferrari o 330 GT 2+2 (mais tarde desenharia o 365 California) e que acabaria, mais tarde por emprestar o seu traço, entre muitos outros, a modelos como o De Tomaso Pantera, o Aston Martin Lagonda Coupé e o Fiat 124 Spider.

Mantendo as proporções gerais do SL original, Tjaarda criou o gracioso coupé que ilustra estas linhas, redefinindo a grelha, na frente de um nariz mais alongado – com uma inclinação frontal mais agressiva – entre os faróis idênticos ao original.

As laterais viram as arestas cortadas na linha de cintura, com um ângulo mais alto e pronunciado. Ao contrário, os guarda-lamas traseiros e a tampa da mala receberam um tratamento mais angular, com as luzes traseiras mais pequenas do que as do modelo “normal” e um pára-choque traseiro em três peças, comum aos veículos construídos em Modena nessa época.

Entregue à Mercedes, quando concluído, desconhece-se qual o motivo pelo qual não entrou em produção.

Veio a ser exposto, no final de 1964, nos stands da Pininfarina dos salões de Paris e de Turin.

Acabou por ser vendido ao magnata da Imprensa germânica Axel Spinger, que o utilizava regularmente, até o vender, para os Estados Unidos, no final dos anos 80.








Fotos: Gooding & Company 

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