RallySpirit Altice: a vitória do espectáculo


Portugueses (Spirit) e espanhóis (Históricos) voltaram a repartir triunfos.


Terminou mais uma edição do RallySpirit Altice, uma vez mais com triunfos repartidos entre portugueses (Ernesto Cunha-Rui Raimundo, no Spirit) e espanhóis (Xésus Ferreiro-Xavier Vazquez, nos Históricos). Mas, na hora do balanço, a maior vitória foi para uma vertente fundamental deste rali: o espectáculo.

Único Rally-Legend português inscrito no calendário do Slowly Sideways Europe, o RallySpirit voltou a redundar num enorme sucesso, principalmente pelo facto de que não estamos perante uma prova em que apenas conta a luta contra o cronómetro.

No RallySpirit Altice, as estrelas foram alguns dos mais icónicos automóveis de ralis de todos os tempos e os heróis que os guiaram, muitos deles verdadeiros gentleman’s drivers, mas com paixão e entusiasmo suficientes para viajarem milhares de quilómetros até à ponta mais ocidental da Europa, para mostrarem modelos épicos como o Audi Sport Quattro S1 E2, Lancia Stratos, Toyota Celica Turbo ou Nissan 240 RS e assim darem o seu contributo para que, mais do que uma prova, o RallySpirit Altice fosse um verdadeiro museu a céu aberto.

Afinal, não é todos os dias que se pode ver um Opel Ascona 400 outrora guiado por mestres como Henri Toivonen e Walter Röhrl, um Toyota Corolla WRC (ex-TTE) ou um Lancia Delta HF Integrale (ex-Lancia Martini Racing) que passou pelas mãos de campeões do mundo de ralis como Didier Auriol ou Juha Kankkunen.

Mas, como se sabe, havia também uma parte competitiva e nessa, na categoria Históricos, a vitória foi para a dupla espanhola Xésus Ferreiro-Xavier Vazquez, em Ford Escort RS, que conquistaram o primeiro triunfo no RallySpirit Altice.

O suspense da luta pelo triunfo durou até mais de meio do rali e só terminou quando Pablo Pázo-Ezequiel Simões viram o Talbot Sunbeam Lotus ceder com problemas de transmissão, entregando o primeiro lugar ao piloto do Ford Escort.

Completando o pódio, a dupla Rui Ribeiro-Pedro Fernandes alcançou o segundo lugar e foi mesmo a melhor equipa portuguesa, seguida da dupla Nuno Vaz-Jó Vaz. Ambas equipas, juntamente com os vencedores, contribuíram para que, em 2022, o emblemático Ford Escort se tornasse o carro a bater ou não tivesse conquistado as quatro primeiras posições e seis lugares dentro do Top 10.

Já na categoria Spirit, a contenda foi ainda mais animada. Ernesto Cunha-Rui Raimundo colocaram, pela segunda vez consecutiva, o Subaru Impreza WRX no lugar mais alto do pódio, igualando o número de vitórias de Pedro Leal e Isabel Ramalho na prova (venceram em 2017 e 2019), segundos classificados este ano, à frente de Armando Costa-Octávio Araújo, ambos em Mitsubishi Lancer Evo VI.


Fotos: Rui Correia e João Paulo Martinho














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