Lancia festeja duplo aniversário

115 anos da marca e 60 anos do presidencial Flaminia.

A 27 de Novembro de 1906, faz amanhã 115 anos, foi fundada, em Turin, a Lancia & Co.. Décadas mais tarde, em 1961, a Presidência da República Italiana adoptou a versão descapotável do Flaminia, concebida por Pinin Farina. Esse 60º aniversário e, claro, os 115 anos da marca, serão amanhã celebrados no Palácio do Quirinal.

Hoje detida pelo grupo Stellantis – que promete devolver à marca, até 2024, toda a sua pujança –, a Lancia, após o período menos feliz, parece lançada para recuperar o brilho da sua história. E as comemorações que amanhã têm lugar também servem como um passo nesse sentido.

“Será um dia especial para esta marca e para este país, numa dupla celebração que nos enche de orgulho", observou Luca Napolitano, CEO da Lancia. "O Palazzo del Quirinal deu-nos a oportunidade de combinar o 115º aniversário da marca com o 60º aniversário do Flaminia presidencial. Estas são duas celebrações de alto significado para a Lancia e para os seus maravilhosos automóveis, o resultado do génio criativo de tantos engenheiros e designers. O seu estilo intemporal tornou-os verdadeiros porta-estandartes de Itália em todo o mundo. E, aproveitando esta história gloriosa, estamos prontos para implementar o nosso plano a 10 anos para uma mobilidade cada vez mais sustentável”.

Voltando ao passado, foi, como dissemos, a 27 de Novembro de 1906 que Vincenzo Lancia e Claudio Fogolin, funcionários da Fiat e entusiastas de automóveis, compareceram perante o notário Ernesto Torretta, para criarem a empresa Lancia & Co.

O primeiro automóvel produzido foi o Lancia 12 HP, em 1908, um conceito pouco convencional para a sua época, no que viria a transformar-se o ADN da marca, sempre virada para a inovação.

A fama da Lancia cresceu e a marca conseguiu superar a I Guerra Mundial, à qual se seguiu o lançamento de outros modelos de elevada qualidade, como o Lambda, o Augusta e o Aprilia.

Após a II Guerra Mundial, a Lancia revelou, em 1950, o Aurelia, o primeiro automóvel do mundo com motor V6, modelo que viria a vencer várias competições, persuadindo Gianni Lancia – filho de Vincenzo – a criar um departamento de competição especializado em corridas de estrada. Nascia, assim, a Scuderia Lancia.

Em 1956, a marca evoluiu para veículos topo de gama: os ícones dos anos 60 foram o Flaminia e o Flavia, sendo este último o primeiro automóvel italiano com motor dianteiro e tração às rodas da frente.

Entretanto, no início dos anos 70, o departamento desportivo foi relançado e passou a dominar o mundo dos Ralis durante mais de 20 anos, com o Fulvia, o Stratos, o 037 e, mais tarde, com as sucessivas versões do Delta.

A Lancia subiu assim ao Monte Olimpo do desporto automóvel: 15 Campeonatos do Mundo de Ralis, três Campeonatos do Mundo de Construtores e de Resistência, uma vitória nas 1000 Miglia, duas vitórias na Targa Florio e ainda um sucesso na Carrera Panamericana. 

Mas não se esgotou no Desporto a história da marca e o prestígio da Lancia acabou por ser reconhecido pela própria Presidência da República.

Lançado no Salão de Genebra de 1957, o Lancia Flaminia, equipado com um motor V6 de 2,5 litros e com interiores e acabamentos de luxo, tornou-se um porta-estandarte de elevada classe.

Aprimorado com vária séries especiais, desenvolvidas por diversos fabricantes de carroçarias, em 1961, Pinin Farina produziu o descapotável presidencial, com uma longa distância entre eixos, conhecido como “335” (valor que indica, em centímetros, a distância entre eixos), seria usado pela primeira vez pelo presidente Giovanni Gronchi durante a visita a Itália da rainha Isabel II de Inglaterra.

Em poucos meses, foram produzidas quatro unidades. Para prolongar a tradição, receberam os nomes de cavalos puro-sangue dos antigos estábulos papais, a Scuderie del Quirinale: Belfiore, Belmonte, Belvedere e Belsito.

Foto: Stellantis