“É sempre fantástico regressar a Portugal”


Onde se recorda a carreira de Hannu Mikkola e as suas várias passagem pelo nosso país.


Naquela que pensamos ter sido a última vinda do falecido Hannu Mikkola a Portugal – em 2017, para participar no MotorShow do AutoClássico do Porto – o piloto afirmou “é sempre fantástico regressar a Portugal”. Foi apenas mais um momento de uma longa carreira, com vários momentos ligados ao nosso país.

Ao que sabemos, a primeira vez que Mikkola entrou em território português foi em 1970. E não foi para participar no Rali TAP, mais tarde Rallye de Portugal. Estava, então, a caminho do seu primeiro grande triunfo, na Maratona Londres-México.

Ao volante de Ford Escort TC oficial, Mikkola, navegado por Gunnar Palm, entrou em Portugal, pela fronteira de Vilar Formoso, a 24 de Abril de 1970, para seguir em direcção à cidade da Guarda, antes de iniciar uma classificativa de cerca de 60 quilómetros, com passagens por Arganil e Pampilhosa da Serra.

Depois de percorridas estradas de 25 países, a 27 de Maio de 1970, na Cidade do México, Hannu Mikkola (entre os 23 “sobreviventes” da maratona) conseguiu o seu primeiro grande triunfo, inscrevendo o seu nome numa página única da História do Automobilismo.

Com 13 inscrições no Rallye de Portugal (a primeira, em 1975, com um Fiat 124 Abarth Rallye, e a derradeira, em 1991, com um Mazda 323 GTX), no qual somou três triunfos (79, 83 e 84), a participação que ficaria para a História acabaria por ser a de 1978, onde, a par com Markku Alen, tendo a Serra de Sintra como palco, protagonizou um dos mais míticos duelos do “Mundial” de Ralis.

Mas, as passagens de Mikkola pelo nosso país não se ficaram por aqui.

Em 1978, ao volante de um Ford Escort RS, teve a sua primeira participação no Rali do Algarve, hoje quase esquecida devido à sua presença em 1980, na estreia do Audi Quattro, então em funções de “carro zero”, momento que ficou na História dos Ralis.

Depois de retirado, como dissemos, voltou a Portugal em 2017 e, no AutoClássico, fez-nos algumas revelações interessantes, como quando afirmou que “entre as três vitórias que tive em Portugal – um dos meus ralis favoritos –,  talvez a mais significativa tenha sido a última, a de 1984, com o Audi Quattro, num triunfo muito duro e estratégico face aos terríveis rivais da Lancia”.

E também quando nos afirmou que apesar de ter tido mais expressão como piloto oficial da Audi, tinha sido o Escort o seu carro favorito:

“É verdade que o Audi Quattro era muito mais potente e chegou a ter 550 cavalos. Mas, o Escort era, para mim, onde tudo fazia sentido, por ser um carro de tração traseira, mais divertido, fácil de guiar e mais adaptado ao meu estilo de condução”.

O Quattro e o Escort, dois modelos que identificamos com Mikkola, sendo que ao longo da sua carreira é incontável a lista de automóveis que conduziu.

Começou, em 1963, com um Volvo 444. Depois guiou um Simca 1500 e um Volkswagen Carocha, para depois regressar aos Volvo (544 e 122). Tudo isso na “sua” Finlândia.

Depois começou a carreira internacional. Primeiro com um Lancia Fulvia, no Rally de Monte Carlo (de 1967), onde regressou no ano seguinte com um dos “oficiais” Nissan Fairlady (no âmbito de um contrato para três provas).

1968 que foi para ele um ano importante, pois conseguiu o primeiro triunfo no 1000 Lagos (com um Ford Escort TC) e o próprio Campeonato Nacional Finlandês, a maior parte disputado com um Volvo 122.

Por quatro anos, a sua ligação com a Ford começou a ser constante, embora também tenha corrido, nesse período, com modelos como o Volvo 142 e o Peugeot 504.

Normalmente associado ao navegador Arne Hertz (com quem só começa a fazer dupla em 1976), por essa altura Mikkola ainda era navegador por… Jean Todt. Esse mesmo, o actual presidente da FIA.

A partir de 1973, Fiat, Peugeot, Jensen-Healey, Toyota, Mitsubishi, Opel, Ford, Mercedes, Porsche, Audi, Mazda e Subaru foram as marcas que representou até 1993, em épocas sucessivas a disputar os mais importantes ralis do mundo.

Enquanto profissional, retirou-se com 288 ralis disputados, 61 dos quais terminou em primeiro.

Apenas foi campeão do Mundo por uma vez (em 1983), mas será um eterno campeão.

“É sempre fantástico regressar a Portugal” “É sempre fantástico regressar a Portugal” Reviewed by Auto Vintage on 1.3.21 Rating: 5

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