O mais vitorioso dos carros de Grand Prix estreou-se no G.P. de França de 1924.
É o automóvel de Grand Prix mais vitorioso da História e hoje um dos Clássicos de maior valor. O Bugatti Type 35 fez a sua estreia a 3 de Agosto de 1924, faz amanhã 100 anos.
15 anos depois de ter fundado a sua companhia, Ettore Bugatti deu um passo significativo em 1924, o ano do nascimento do Type 35.
Com uma forma que cortava com o que tinha feito anteriormente, a Bugatti apresentou um modelo de rodas descobertas, com a carroçaria a começar a partir da grelha do radiador, em forma de ferradura, até à traseira afilada, onde se encontrava montado o depósito de combustível.
Com um peso total de 750 quilos, com as suas singulares rodas em alumínio (o mesmo material utilizado na construção da carroçaria), todo o conjunto era movido por um oito cilindros em linha, de dois litros, que debitava cerca de 90 cavalos.
Tendo inscrito seis automóveis no Grand Prix de 1924, disputado em Lyon, a estreia não correu nada bem à Bugatti, que apenas viu duas viaturas chegarem ao final, na sétima e oitava posições.
Melhor já foi a segunda participação, na cidade espanhola de San Sebastian, onde os Bugatti já apareceram com novos pneus, que tinham sido o principal problema em Lyon (onde, curiosamente, também ficou para a História a primeira vitória da Alfa Romeo fora de Itália).
Nos anos que se seguiram a evolução do T35 foi constante. Primeiro com a adopção de um compressor Roots, depois com o aumento da cilindrada e, depois, ainda, com um compressor maior.
A sucessivas versões distinguiram-se pelas letras que foram adicionadas ao T35 – A, T, C e B –, tendo, segundo a marca, sido fabricadas cerca de 340 unidades, que competiram em todas as latitudes e tipos de provas, somando mais de 2.000 triunfos.
Desde os Grand Prix (duas vezes o Mónaco, por exemplo) à Targa Florio, das provas de Rampa aos Quilómetros de Arranque, o Bugatti Type 35 chega ao seu centenário como um dos mais importantes automóveis da História, tendo como recorde de venda em leilão um T35B, vendido em 2021 por 5,6 milhões de dólares.
Um desses exemplares pode ser visto em Portugal, mais exatamente no Museu do Caramulo, onde se encontra um T35B, que foi sempre português.
Encomendado por Henrique Lehrfeld, foi-lhe entregue em Julho de 1930 e a 4 de Agosto do mesmo ano obteve o seu primeiro triunfo, no Quilómetro de Arranque de Setúbal.
Cedido a António Guedes Herédia, venceu o Circuito de Vila Real de 1934, terminando a sua carreira desportiva, com passagens por Espanha e pelo Brasil, em 1937.
Em 1956, foi adquirido por João de Lacerda, passando a integrar a colecção automóvel do Museu do Caramulo, sendo utilizado com grande frequência em demonstrações nacionais e internacionais, como um dos mais originais Bugatti do mundo.
Foto: Bugatti Newsroom
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