Giotto Bizzarrini (1926-2023)


Partiu o "Mestre da Invenção", cujo saber esteve ligado (para além da marca com o seu nome) a modelos como o Ferrari 250 GTO ou ao Iso Grifo e ao motor V12 da Lamborghini.


Aos 96 anos de idade, faleceu Giotto Bizzarrini, uma das figuras mais importantes da História do Automóvel. Para além dos modelos da marca com o seu nome, o seu saber esteve na base da criação de automóveis como o Ferrari 250 GTO ou o Iso Grifo e de motores como o primeiro V12 da Lamborghini.

Nascido em Livorno, a 6 de Junho de 1926, Giotto Bizzarrini licenciou-se em 1953 na Universidade de Pisa, sendo admitido pouco depois, como piloto de testes, da Alfa Romeo.

Quatro anos mais tarde foi nessa qualidade que chegou à Ferrari.

Tendo morrido um dos pilotos de testes da marca de Maranello, Enzo Ferrari pretendia contratar um novo, que tivesse formação em Engenharia.

O lugar parecia feito à medida de Giotto.

Não muito mais tarde, foi Giotto Bizzarrini quem sugeriu a contratação de um seu antigo colega na Alfa Romeo, Carlo Chiti, vindo a constituir-se na Ferrari uma dupla que seria determinante no “salto” da Ferrari no final dos anos 50 e início dos 60.

A dupla Bizzarrini-Chiti seria então responsável pela criação de modelos com o 250 Testa Rossa e, não menos importante, pelo mítico 250 GTO.

Tudo parecia correr bem, até à chamada “Revolta do Palácio” de 1961, o dia em que Enzo despediu, entre outros, Bizzarrini, Chiti e Girolamo Gardini, ao tempo director comercial da Ferrari.

O trio, com o financiamento do conde Giovanni Volpi – para quem Bizzarrini, já depois de ter saído da Ferrari, criou o mais singular dos 250, o “Breadvan”, feito com a colaboração de Piero Drogo –, fundou então a Automobili Turismo e Sport, mais conhecida pelas suas iniciais, ATS.

Uma “aventura” que correu mal, quer na vertente comercial – o protótipo 2500 GT, apresentado no Salão de Genebra, nunca entrou em produção – quer na desportiva, uma vez que a equipa de Fórmula 1 nunca foi competitiva.

Rapidamente, a ATS chegou ao fim e cada um dos sócios seguiu o seu rumo.

Carlo Chiti regressou à Alfa Romeo, mas Bizzarrini decidiu assumir o seu destino.

Criou então a Società Autostar, à qual Ferruccio Lamborghini encomendou um novo motor V12 e Renzo Rivolta, proprietário da ISO, o desenvolvimento do seu 300 IR e, não menos importante, do famoso Grifo.

Mudando a denominação da sua sociedade para Società Prototipi Bizzarrini (e, a partir de 1966, para Bizzarrini Spa) é com o Bizzarrini 5300 GT que aparece o primeiro automóvel com o seu nome, um desportivo que teve uma versão de estrada (133 unidades fabricadas, entre 1964 e 1968) e uma desportiva, que participou nas 24 Horas de Le Mans de 1965, vencendo a sua categoria.

Apesar do êxito desportivo e do relativo sucesso comercial, sem investidores, a Bizzarrini, enquanto fabricante de automóveis, terminou em 1969.

Giotto Bizzarrini, porém, viveu o suficiente para ver, em 2020, um grupo económico – a Pegasus Brands – comprar a sua marca e com esse facto ver nascer projectos como o 5300 GT Continuation e, já este ano, a apresentação de um novo modelo de um super-carro, desenhado pela dupla Giorgetto e Fabrizio Giugiaro, movido por um motor V12, fornecido pela Lamborghini.

Um modelo que, justamente, foi dado o nome de… Giotto. O "Mestre da Invenção".



O primeiro 5300 GT Continuation a ter sido entregue



Desenho do futuro Giotto, com design de Giorgetto e Fabrizio Giugiaro 


Foto: Bizzarrini 

Giotto Bizzarrini (1926-2023) Giotto Bizzarrini (1926-2023) Reviewed by Auto Vintage on 15.5.23 Rating: 5

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