Nos 60 anos da sua apresentação, construtor presta homenagem ao automóvel das celebridades.
Em Março de 1963, a par da estreia do Pagode, a Mercedes-Benz apresentou uma versão longa do seu 300 SE, o eterno “Adenauer”. Guardado estava o segredo, revelado meses depois, do W100, o número de código interno do 600, o “Grande Mercedes”, que haveria de conquistar estadistas, milionários e vedetas do espectáculo.
Para celebrar os 60 anos do “Grande Mercedes 600” foi hoje inaugurada em Munique, no Studio Odeonspaltz (o espaço de exposição da marca na capital bávara), uma mostra dedicada à limousine que, entre 1964 e 1981, conquistaria ricos e poderosos.
Apresentar uma lista de VIP’s que escolheram o Mercedes-Benz 600 será sempre redutora. A marca apresenta uma pequena lista, que transcrevemos: Elizabeth Taylor, John Lennon, Elvis Presley, Herbert von Karajan, Aristoteles Onassis, Coco Chanel, Schah Reza Pahlavi, Hirohito, Mao Tse-Tung, Maria Callas, Aga Khan, Fidel Castro, Leonid Brezhnev.
Sem esquecer que chegou também a Portugal, inicialmente (1966) para uso da Presidência do Conselho e posteriormente (1977) para utilização pela Presidência da República.
Voltando ao “Grosser Mercedes”, registe-se que ele foi produto de um projecto que começou em meados de 1955, quando o engenheiro-chefe da Mercedes-Benz, Fritz Nallinger, definiu as linhas para “o futuro grupo de grandes carros de passeio e veículos de prestígio”.
O design do 600 foi criado sob a direção de Friedrich Geiger, embora Paul Bracq tenha desempenhado um papel importante. O director de tecnologia, o professor Fritz Nallinger, participou intensamente no projecto, durante o desenvolvimento.
O resultado final foi um sedan com uma distância entre os eixos de 3.200mm (na versão “normal”, crescendo para 3.900mm na versão “Pullman”), com um comprimento total de 5,540mm, que crescia para 6,240mm no Pullman e uma largura de 1,950mm.
Apesar das grandes dimensões, a aerodinâmica foi muito cuidada, apresentando um Cx (0.458) melhor que o próprio Pagode (0.515).
O automóvel era propulsionado por um motor V8, o primeiro que foi montado num automóvel de passageiros da Mercedes-Benz. Com uma cilindrada de 6.3 litros, debitava 250 cavalos.
O desempenho também era de outro mundo, já que o modelo era capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos e a velocidade máxima era de 205km/h.
Naturalmente, o interior era de luxo e o conforto superava tudo o que era conhecido, em boa parte graças à utilização de uma suspensão pneumática com os braços transversais dianteiros e o eixo basculante de uma só articulação com braços de impulso adicional rebaixados, assim como duas ponteiras transversais e suspensão dupla junto com os amortecedores ajustáveis.
Produzidos na fábrica de Sindelfingen, vieram a ser construídas 2.677 unidades, 487 das quais na versão Pullman, todas com a característica de um modelo único. Os Estados Unidos acabaram por ser o principal mercado (743 veículos vendidos), seguindo-se a Alemanha a e a França.
Um ano depois do início do fabrico, dada a clientela, passaram a ser fabricadas unidades blindadas e posteriormente foram acrescentadas as versões de carroçaria Pullman Landaulet e Pullman Limousine, que se destacavam graças à presença de seis portas.
Foram feitas duas unidades únicas à medida – um Landaulet de chassis longo para o Papa Paulo VI e um Landaulet de chassis curto para o Conde Berckheim –, mas a Mercedes implementou os desejos individuais e mais peculiares de todos os clientes deste modelo, sempre que não alterassem o carácter básico do automóvel nem prejudicassem sua segurança.
Passados 60 anos sobre o seu lançamento, o Mercedes-Benz 600 é hoje visto como um ícone dos anos 60, mas com suas formas flutuantes e a combinação de elegância e potência, estabeleceu uma referência majestosa do design de carros luxuosos, que perdura até hoje.
Fotos: Mercedes-Benz Group Media
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